Valter Gomes (*)
Atualmente, dentro do setor condominial, existem diversos desafios para encontrar maneiras eficazes de envolver os moradores na gestão financeira do local em que residem. Neste cenário, a introdução do Orçamento Participativo pode surgir como ferramenta valiosa para promover a participação ativa dos residentes na definição e alocação de recursos.
O Orçamento Participativo é uma abordagem comumente praticada por prefeituras, e tem como objetivo transferir parte do poder de decisão sobre o orçamento público para a comunidade, tornando os residentes da região cada vez mais informados sobre o destino final das verbas dedicadas ao órgão municipal.
Sua adesão no cenário condominial permite que os moradores tenham voz ativa nas escolhas relacionadas aos investimentos, projetos e serviços que impactam diretamente suas vidas, visando fortalecer o vínculo entre a administração condominial e os moradores. A administração financeira em condomínios enfrenta frequentes desafios relacionados à alocação de recursos, definição de prioridades e atendimento às necessidades da comunidade.
A falta de engajamento dos moradores nesse processo pode resultar em decisões desalinhadas com as expectativas e demandas coletivas. Neste artigo, exploraremos os principais passos para envolver os residentes na gestão financeira do condomínio, bem como os benefícios desta prática para o crescimento condominial.
Para que os condôminos participem de forma efetiva da gestão financeira, é essencial seguir alguns passos que promovam a compreensão do complexo funcionamento do processo orçamentário. Estes passos incluem:
1- Inclusão dos condôminos em diálogos sobre informações financeiras – Estabelecer um diálogo transparente com os moradores desde o início é crucial. A divulgação de informações financeiras e a explicação clara do processo orçamentário são essenciais para construir confiança entre os envolvidos.
2- Organização de fóruns e consultas para esclarecimento de dúvidas por parte dos moradores – A adesão de fóruns e consultas públicas nos condomínios traz aos habitantes um espaço para expressarem suas necessidades e prioridades, fortalecendo também a sensação de pertencimento e responsabilidade.
3 – Utilização de plataformas digitais para interação remota e maior abrangência – O uso de plataformas online pode facilitar a participação de um número maior de moradores. Enquetes, fóruns virtuais e aplicativos dedicados podem ampliar o alcance do Orçamento Participativo.
Além disso, os benefícios derivados do envolvimento dos moradores na gestão financeira são significativos. Ao participar do processo decisório, os moradores conferem legitimidade às escolhas orçamentárias, tornando-as reflexo das reais necessidades da comunidade. A participação ativa também promove um entendimento mais profundo das complexidades financeiras, gerando uma comunidade mais informada e engajada.
O Orçamento Participativo, ao direcionar recursos para áreas mais necessitadas, contribui para a redução das desigualdades, atendendo às demandas reais da população. A colaboração direta na gestão financeira fortalece o senso de comunidade, incentivando a cooperação e o comprometimento com o bem-estar coletivo. Em resumo, o engajamento dos moradores na gestão financeira não apenas democratiza o processo, mas também fortalece os laços comunitários, construindo uma sociedade mais justa e participativa
(*) – É CEO do PartnerBank (https://www.partnerbank.com.br).