Pernambucana Cognvox tem desenvolvimento de 38,62% para alunos que possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA), em escolas públicas de Coruripe
O município de Coruripe, em Alagoas, implementou a primeira plataforma do Brasil focada na educação inclusiva de estudantes neurodivergentes na rede pública de ensino, criada pela Cognvox. Passados seis meses, já é evidente o impacto positivo que a ferramenta teve no dia a dia dos alunos que foram beneficiados. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), o Programa de Desenvolvimento Cognitivo da Cognox, está presente em seis escolas atendendo cerca de 150 estudantes neurodivergentes e que possuem déficits cognitivos. No período estipulado foi atingido um desenvolvimento médio de quase 40%, tendo como fonte de análise o pensamento, a linguagem, a comunicação e o relacionamento entre os alunos. Quando levamos em consideração grupos específicos, os resultados também são bastante expressivos. Para alunos que estão dentro do espectro autista (TEA), o desenvolvimento foi de 38,62%, já que os que possuem TDAH, o índice foi de 35,23%; enquanto os portadores de deficiência intelectual atingiram 38,60%.
Depoimento confirma desenvolvimento da habilidade da fala e social
Para a professora que trabalha no Atendimento Escolarizado Especializado (AEE), da escola municipal José de Carvalho, os resultados são visíveis e impactantes. Ela fez um importante relato sobre como o Cognvox vem ajudando os alunos. “Nívia é uma menina de 10 anos, com paralisia cerebral e que sempre foi muito fechada no trato social. Mesmo estando na escola há bastante tempo, algumas pessoas da escola sequer sabiam que ela falava. Contudo, com a aplicação da metodologia Cognvox, percebemos um avanço em seu desenvolvimento, sobretudo, no senso de coletividade e sociabilidade. Hoje ela brinca, fala com os colegas, realiza as atividades com entusiasmo e até sorri para foto”, compartilha a educadora.
Como o projeto funciona
Com a implementação do programa, cada aluno recebe seu próprio tablet, com acesso à Internet em alta velocidade, com conteúdo sob medida para suas necessidades. As práticas pedagógicas, em 10 formatos, incluem jogos, dramatizações, atividades manuais, contação de história, filmes, livros, entre outros. A empresa oferece também uma grade com 10 cursos de formação continuada para a rede de professores da Secretaria de Educação, todos ministrados por doutores e pós-doutores nas áreas de pedagogia e psicologia de universidades federais do Brasil.
O Programa
O Programa de Desenvolvimento Cognitivo da Cognvox é composto por 60 sessões, 12 a cada ano, todas baseadas em temas da cognição. Cada uma dessas sessões possui um conjunto de práticas pedagógicas, foram 2,2 mil no primeiro ano, construídas sob a supervisão de psicólogos e pedagogos, com auxílio de inteligência artificial, que foi financiado pelo CNPQ. Além disso, trimestralmente, é realizada uma avaliação de indicadores de desenvolvimento para constatar os avanços e dificuldades do aluno.
A Cognvox faz parte do portfólio da Leonora Ventures, venture builder que age de forma estratégica no desenvolvimento do produto, venda, solução, testagem, validação das hipóteses das startups, além do suporte de governança, implantando esses processos. A venture builder apoiou de perto a startup em toda a ação de Coruripe.
Pessoas invisíveis
De acordo com a ONU, um em cada sete habitantes do planeta apresenta neuroatipicidade, 80% destes estão nos países pobres do terceiro mundo, e cerca de 90% das crianças estão segregadas de frequentarem a escola, entidade que funciona como referência de inclusão. No Brasil, dados do IBGE revelam que 6,2% da população apresenta algum tipo de deficiência e 1,2% tem deficiência intelectual (DI) ou neurodivergência, dos quais, a maioria (54,8%), apresenta alto grau de limitação cognitiva. Entre elas, somente 30% utilizam algum serviço de reabilitação à saúde mental.
“Hoje, a Cognvox, por compreender a dinâmica da educação no setor público pode revolucionar ademanda e reduzir perdas, ampliando a contribuição de pessoas tão especiais e que muito têm a agregar ao mercado de trabalho, além de muito nos ensinar como seres humanos”, conclui Carlos Moreira, CEO da startup.