Durante evento promovido nesta quarta-feira, 8, pela TFA (Tropical Forest Alliance) com apoio da coalizão internacional CGF (Consumer Goods Forum, que conta com indústrias internacionais de alimentos e redes globais de varejo), em Brasília, a JBS apresentou em primeira mão o projeto dos Escritórios Verdes 2.0. A ideia é apoiar pequenos produtores além da solução de passivos ambientais: levar a eles tecnologia para aumentar a produtividade de forma sustentável, garantindo renda para que não se recaia no desmatamento. A diretora de Sustentabilidade da JBS no Brasil, Liège Correia, convidou as empresas do CGF a se engajar na proposta. Na plateia, ONGs como a NWF (National Wildlife Federation, dos EUA), Proforest e CDP.
Uma das prioridades para o próximo ano, o projeto será iniciado em 2024 em 5 das 20 unidades já existentes dos Escritórios Verdes pelo Brasil. “Temos desenvolvido projetos para garantir que o produtor que se sente pressionado e excluído na cadeia de fornecimento tenha uma produção rentável a ponto de não precisar mais recorrer ao desmatamento para sobreviver. Por isso, temos que dar não só condições para a regularização de passivos ambientais, por exemplo, mas para ele ir além, com acesso à tecnologia e condições de ter uma renda digna”, afirmou Liège.
O anúncio ocorreu no painel “Acelerando a Implementação da Rastreabilidade na Pecuária”, sessão em que os painelistas debateram propostas para a cadeia produtiva. O diretor do Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Raoni Rajão, elogiou empresas que se submetem a auditorias no âmbito do TAC da Pecuária no bioma Amazônia. Destacou que frigoríficos que não enviam seus dados não são avaliados sob o mesmo escrutínio. “Temos um “mecanismo perverso” que pune as empresas mais transparentes e vai contra uma cadeia [produtiva] mais limpa”.
Com o novo programa de sustentabilidade da JBS, Liège reforçou que “o objetivo inicial era regularizar as propriedades, mas agora vamos também levar assistência técnica aos produtores”. Para a diretora de Sustentabilidade da Companhia no Brasil, “a JBS entendeu que não basta fazer somente enquanto indústria, enquanto empresa. A gente atua há 14 anos com rastreabilidade e sabemos que o processo de exclusão continua não produzindo resultado efetivo”.