Se você tem alguma familiaridade com o comércio eletrônico, provavelmente já ouviu falar do termo “dropshipping.” A tradução literal do termo é “soltar remessa” (drop remete a “soltar” e shipping é “remessa”). No entanto, a junção das duas palavras forma o conceito que vamos explicar. Nada melhor para iniciar, do que um exemplo: imagine que você deseja abrir uma loja virtual. Quer vender produtos, mas não tem estoque, espaço de armazenamento ou o desejo de embalar e enviar produtos. É aí que o dropshipping entra em cena. Uma modalidade de logística no comércio eletrônico em que você, o vendedor, não precisa manter os produtos em estoque. Em vez disso, quando um cliente faz um pedido, o produto é enviado diretamente do fornecedor para o comprador. Simples assim.
A principal característica do dropshipping é a ausência de estoque físico. Isso economiza espaço e dinheiro, o que é um grande atrativo para muitos empreendedores. Além disso, o dropshipping permite que se ofereça uma ampla variedade de produtos, pois não se está limitado pela capacidade de armazenamento.
A principal vantagem do dropshipping é o baixo investimento inicial. Para começar, não é necessário fazer grandes investimentos em estoque. Isso é ótimo para pequenos empreendedores com orçamentos limitados. Uma segunda vantagem é a variedade de produtos. O lojista pode oferecer uma ampla gama de produtos, tornando a loja atraente para diferentes tipos de clientes.
Mas as vantagens não param aí. A logística é tratada pelos fornecedores, então o vendedor pode se concentrar na gestão da loja, no marketing e na experiência do cliente. Só que o mundo é uma moeda, tem sempre duas faces. Assim, o dropshipping também possui algumas desvantagens e limitações, que exigem boa gestão do empresário.
Primeiro, as margens de lucro tendem a ser menores. Pois, como intermediário, a margem de lucro da loja online é menor em comparação com quem compra produtos em grande quantidade. Além disso, há a maior dependência de terceiros, já que a loja virtual está à mercê de seus fornecedores para a qualidade e prazos de entrega, o que pode afetar a satisfação do cliente. Se um fornecedor fica sem um produto ou muda seus preços, isso pode causar problemas na operação. Finalmente, a concorrência acirrada, uma vez que como o modelo é relativamente fácil de iniciar, a concorrência é alta, o que pode dificultar a diferenciação (apesar de apenas 13% das lojas virtuais brasileiras usarem esse modelo em 2022, segundo a 8ª edição do “Relatório anual e tendências do e-commerce”, da Nuvemshop).
No Brasil, algumas questões específicas devem ser consideradas ao praticar o dropshipping. Primeiro, a questão da tributação. É necessário entender as regras de impostos sobre vendas e como lidar com a Receita Federal, sobretudo ao usar fornecedores internacionais. O não cumprimento das obrigações fiscais pode resultar em sérias consequências. Outro aspecto importante é a relação com os fornecedores. É preciso escolher fornecedores confiáveis, de preferência com base no Brasil. Isso ajuda a evitar problemas de alfândega e a garantir entregas mais rápidas.
A legislação brasileira não possui regulamentações específicas para o dropshipping, mas isso não significa que o lojista esteja livre de responsabilidades. É fundamental registrar o negócio, emitir notas fiscais e cumprir todas as obrigações legais que qualquer empresa deve seguir. De acordo com a Receita Federal, o dropshipping é legal, desde que todos os impostos sejam devidamente pagos. Além disso, é importante conhecer as regras de importação, caso se trabalhe com fornecedores internacionais.
Concluindo: sabendo trabalhar as vantagens, desvantagens e seguir os procedimentos legais, o dropshipping pode ser uma alternativa bastante atraente para o lojista virtual e que pode dar bons frutos.
(Fonte: Luciano Furtado C. Francisco é analista de sistemas, administrador e especialista em plataformas de e-commerce).