Apesar de alguns desafios culturais, a tendência é que as novas gerações corporativas acelerem esse crescimento
Em face ao crescente custo da locação imobiliária, que tem se apresentado como um fenômeno global, os coworkings despontam como uma estratégia viável e econômica para empresas. No Brasil, em 2023, houve um aumento de 10% no preço médio do aluguel de escritórios comerciais em comparação ao ano anterior. A expectativa é que esta tendência se mantenha, influenciada por fatores como inflação, volta da demanda por espaços comerciais depois da pandemia quando muitas empresas se desfizeram dos espaços físicos, além da escassez de terrenos para novas construções especialmente em grandes cidades.
Mais do que uma alternativa financeiramente atrativa, sendo uma estratégia para uso de espaços, os coworkings oferecem uma variedade de serviços e comodidades, desde limpeza, segurança até manutenção compartilhada. Esses benefícios resultam em uma considerável economia nos gastos operacionais das empresas. “Estamos vendo um aumento significativo na migração para espaços de coworking. Conforme os custos dos aluguéis tradicionais aumentam, as empresas buscam soluções flexíveis e eficientes. E os coworkings estão alinhados a esta demanda”, observa Fernanda Mourão, CEO da Spacein.
Além do aspecto financeiro, a tendência é de que empresas procurem os coworkings como uma ferramenta para nutrir e preservar a cultura corporativa, oferecendo um ambiente de trabalho colaborativo e adaptável às novas gerações. Um dado relevante é o Censo Coworking Brasil 2023, da Associação Brasileira de Coworking (ABC), que aponta uma mudança gradativa no perfil dos usuários de coworking, com empresas valorizando a flexibilidade, networking e acesso a serviços integrados que tais espaços proporcionam.
Uma pesquisa recente da UFSCar sobre ambientes de coworking destaca como esses espaços podem ser estratégicos para otimizar custos operacionais de empresas, em especial para o setor de tecnologia. “Muitos coworkings oferecem infraestrutura completa por um custo mais acessível do que escritórios tradicionais. Apesar de alguns desafios culturais, a tendência é que as novas gerações corporativas acelerem esse crescimento. Além disso, nota-se que donos de imóveis estão transformando seus espaços em coworkings como alternativas para ganhos de receita, utilizando um imóvel que já existe e que está ocioso”, destaca a especialista em novos formatos de trabalho.
Outro Estudo Global do Coworking, conduzido pelo portal Coworker e pela consultoria Coworking Resources, reitera que o crescimento desenfreado dos custos de locação imobiliária é um dos grandes propulsores do mercado de coworking. A pesquisa prevê um robusto crescimento de 20% no setor de coworking brasileiro em 2023, impulsionado principalmente pelo aumento dos aluguéis.
“O futuro do trabalho é flexível, e com novas dinâmicas e aumento dos custos, os espaços de coworking serão essenciais para o sucesso contínuo das empresas no cenário atual, além de contribuir com o meio ambiente, pois existem coworkings espalhados em todas as regiões e em diversas cidades contribuindo na redução dos custos com deslocamentos individuais”, conclui Fernanda.