João Batista, professor de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, explica o cenário da economia mundialmente e os setores que podem ser afetados
Recentemente vem repercutindo o cenário de Deflação na China, e com isso, já se especula possíveis impactos econômicos mundialmente.
Segundo o professor de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, João Batista, só podemos considerar que existe deflação quando há uma queda generalizada dos preços dos produtos e serviços por um período longo.
“No contexto chinês, a abrangente redução de preços poderá culminar em desafios internos, afetando a geração de empregos e a demanda por bens e serviços. Com os consumidores reagindo à queda nos preços, é possível que retardem suas decisões de compra, potencialmente impactando as esferas econômicas. Entretanto, é fundamental ressaltar que a diminuição do consumo não se traduz necessariamente em criação de empregos”, ressalta o especialista.
De acordo com o professor Batista, a deflação enfrentada pela China pode reverberar nas relações comerciais globais, dada sua reputação como exportadora de produtos a preços competitivos, o que consequentemente se reflete em menor receita e importações reduzidas.
“Posteriormente à pandemia, previa-se um retorno do consumo; no entanto, na China, essa tendência não tem se concretizado, apesar da redução dos preços. Além disso, tais oscilações econômicas em uma das maiores economias do mundo não são bem recebidas internacionalmente, o que impacta setores cruciais como a siderurgia e a mineração, exercendo pressão sobre os valores das ações. Isso, aliado à complexa situação geopolítica decorrente da invasão russa na Ucrânia, amplifica ainda mais os impactos na economia global”, avalia.
O professor também destaca que o Brasil poderá ser afetado a curto prazo caso medidas de proteção não sejam tomadas, como a implementação de tributos mais elevados sobre produtos originários da China. “Esse cenário pode refletir nos índices de desemprego, visto que competir com os preços dos produtos chineses se tornaria uma tarefa complexa.”
“Outro impacto que o Brasil poderá enfrentar em decorrência da deflação chinesa reside nas exportações, haja vista que a China é um parceiro comercial proeminente, tanto no que concerne à compra de minério quanto à aquisição de carne suína. Paralelamente a esse panorama global, o Brasil enfrenta um período de estagnação econômica, buscando incessantemente a redução das taxas de juros e a reativação do consumo para reaquecer a economia”, conclui o professor de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera.