Cáh Morandi (*)
Os aplicativos de relacionamento ampliaram os caminhos na busca por um parceiro ideal. Se antes era necessário conhecer alguém pessoalmente e vencer a vergonha para convidá-lo para um encontro, hoje essa tarefa foi descomplicada. Ao definir preferências e um texto descritivo, nossas opções são mais assertivas para dar um match perfeito.
No entanto, hoje a busca por um parceiro ideal não se restringe somente às nossas relações amorosas. Corporativamente falando, não são raras as vezes que um relacionamento empresarial e profissional acabam não dando certo por incompatibilidades na relação. E se não é o coração quem sofre nesses casos, quem sente é o bolso.
Um dos mercados que sofre muito com esse desalinhamento de perfis é o de comunicação, marketing e publicidade. Apesar de muitas companhias estarem dispostas a fazer um bom investimento em estratégias nessas áreas, encontrar um parceiro ideal, neste caso boas agências, para a empreitada não é uma tarefa simples. Até porque, historicamente as partes sofrem por não alinhar bem os acordos iniciais e os objetivos desse relacionamento, e isso tende a estremecer a relação.
Os ruídos iniciais
Normalmente, os desencontros acontecem a partir dos processos de concorrências, passando por briefings e budgets desestruturados, e chegam até na falta de um planejamento estratégico previamente definido pelas marcas.
Como consequência, pontos fundamentais para a definição do match acabam não sendo considerados na maneira correta, principalmente porque hoje existem mais de 16 mil agências de comunicação ativas no Brasil e os analistas de marketing envolvidos na busca pelo parceiro ideal costumam acumular múltiplas demandas nas organizações. Com isso, na maioria dos casos, esses profissionais não conseguem investigar profundamente as melhores agências para o serviço almejado, a experiência e know-how no mercado, o valor justo a ser pago, entre outros fatores. E sem um foco 100% na questão, a chance de rolar futuras DRs aumenta consideravelmente.
Já em outras situações as marcas atribuem a responsabilidade do match para o departamento de compras, normalmente composto por colaboradores que não possuem a especialização necessária na área de comunicação e publicidade para avaliar e decretar se determinada agência é o parceiro ideal para a corporação.
Mas os erros não são cometidos apenas pelas empresas. Pelo contrário, existem agências assumindo novas contas embaladas apenas pelo amor à primeira vista.
Isso porque iniciam projetos com marcas nos quais são sabidamente ‘muita areia para o seu caminhão’, tendo em conta as exigências estruturais para os entregáveis e o atendimento necessário para garantir a satisfação ao cliente. No entanto, muitas vezes isso não é levado em consideração no momento da assinatura, uma vez que alguns gestores só pensam mesmo em levar a receita para dentro, principalmente quando as metas de negócio apertam.
Diante de todo esse cenário dramático, o custo de uma relação pouco afetiva entre as partes tende a resultar em términos traumáticos e dolorosos de superar. Enquanto as marcas não conseguem os resultados esperados e veem o seu investimento indo por água abaixo, as agências podem perder reputação no mercado por conta de um projeto mal sucedido e que não tinha condições de assumir.
Para evitar situações como essas, assim como tem ocorrido nos relacionamentos amorosos, o processo de contratação de agências pelo meio corporativo já conta os um aliado moderno: o serviço de hunter de agências. Responsável por compreender e compilar as necessidades, interesses e desejos das marcas, esse modelo de negócio assume o papel de cupido, tornando-se encarregado de buscar o match com a agência ideal.
Estruturando o seu trabalho a partir da proximidade com as corporações, esses profissionais conseguem visualizar de forma estruturada as metas e objetivos, além do budget a ser investido nos projetos – seja mídia, PR, conteúdo, CRM, entre outros. Com essas informações em mãos, o serviço de hunter vai fazer o pente fino para buscar as agências que mais se encaixam às características definidas inicialmente pelas marcas.
Por ser um processo seletivo realizado de maneira mais profissional e aprofundada, a chance de erros nos matches entre as partes caem drasticamente. Assim, as chances de um final feliz para essa história se tornam muito mais reais.
(*) É CEO e fundadora da B.done, empresa criadora do principal serviço de matchmaking entre marcas e agências de comunicação no Brasil.