Modelos combináveis contribuem para processos e decisões mais rápidas, flexíveis e com maior capacidade de adaptação a mudanças complexas
Traduzido ao pé da letra, o termo Composable Enterprise é definido como “Empresa Composta”. O conceito, que desde 2021 figura entre as tendências do Gartner, tem tido cada vez mais relevância no mercado global. Isso porque o Composable Enterprise baseia-se na premissa de que uma empresa deve construir sua operação com componentes independentes, mas que possam ser facilmente combinados e recombinados permitindo a criação de novos processos para as mais diversas finalidades.
Com a velocidade da transformação digital, as empresas buscam operar em um modelo de eficiência operacional que demanda agilidade e flexibilidade para atender a evolução e demandas do mercado. Por isso, adaptação é uma palavra e uma atitude que gera competitividade mercadológica.
Para Jose Augusto Gabizo, Presidente da FICO no Brasil e América Latina, a evolução pela qual o mercado brasileiro vem passando nos últimos 10 anos coloca em evidência a necessidade de empresas estarem mais conectadas, contudo, com ferramentas inteligentes e flexíveis para que possam acompanhar o ritmo dessa transformação. “A aceleração de processos para automatizar empresas, a explosão do e-commerce – em especial no período de pandemia – e o uso da inteligência artificial para análise de dados e tomada de decisão são alguns exemplos que podemos citar dessa evolução. Porém, para ter ganho competitivo e inovação é preciso compor sistemas que conversem com a necessidade customizada das empresas, com tecnologias emergentes e, a partir disso, permitam combinar processos, dados e outras informações para extrair a melhor operação”, diz.
O objetivo da Composable Enterprise é promover a inovação e a colaboração entre os funcionários da empresa de forma que todos possam trabalhar de forma independente, mas com o máximo de informações relevantes. Para que essa lógica funcione, algumas características são essenciais na composição de arquitetura desse ecossistema.
Construindo uma Composable Enterprise
Módulos, autonomia e interoperabilidade são os três principais pontos para construção de uma empresa com esse conceito.
Os módulos armazenam pequenas unidades de dados que podem ser usados para criar conjuntos de forma ágil e fácil. Já a autonomia refere-se à capacidade dos componentes dentro da arquitetura de dados de operar de forma independente, como recursos de negócios, ao mesmo tempo que funciona como parte de uma plataforma de dados abrangente. Por fim, a interoperabilidade é a capacidade dos dados fluírem entre vários silos sem nenhuma intervenção manual da TI ou de outros departamentos da organização.
Com o uso dessas três características, as organizações têm acesso a informações mais profundas com maior rapidez, permitindo automatizar a entrega de serviços com conjuntos de ferramentas de automação inteligentes que fornecem feeds de dados em tempo real em todos os aspectos das operações.
Benefícios do modelo Composable Enterprise
Esse modelo auxilia empresas a realizar a transformação digital com inúmeros benefícios. Em primeiro lugar, as equipes de ciência de dados e gerenciamento de produtos podem trabalhar juntas de forma mais produtiva para gerar aprendizados mais profundos nas operações da organização e nos dados do cliente.
Em segundo lugar, as equipes de experiência digital podem dimensionar rapidamente soluções inovadoras com agilidade aprimorada, aproveitando uma arquitetura de dados modular e resolução de problemas complexos para criar soluções intuitivas, sem depender de recursos de TI ou fornecedores terceirizados.
Por fim, profissionais voltados para inovação podem trabalhar em um ambiente de colaboração aberto habilitado por plataformas – ao invés de produtos de software OTS – criado especificamente para desenvolver aplicativos disruptivos que mantêm os negócios saudáveis e à frente da curva.
Tendências da Composable Enterprise
Gabizo ressalta que a adesão ao modelo de Composable Enterprise aceita a incorporação de novas tecnologias e novidades do mercado. “O modelo é dimensionado para se ajustar a novas ferramentas que aproveitam a arquitetura e protocolos já existente na infraestrutura de nuvem, o que permite que as empresas tenham autonomia para desenvolver aplicações da ferramenta para o negócio sem depender exclusivamente do time de TI”.
É o caso dos Kubernetes, microsserviços e ferramentas sem código que desbloqueiam a capacidade de composição.
O Kubernetes é um sistema de código aberto para automatizar a implantação, dimensionamento e gerenciamento de aplicativos em contêineres. Ele fornece uma plataforma para implantar uma ampla variedade de serviços, desde cargas de trabalho existentes até microsserviços, serviços de dados de streaming, aplicativos de aprendizado de máquina e muito mais. O Kubernetes pode ser usado para dimensionar rapidamente a arquitetura existente e fornecer capacidade de composição aprimorada e confiabilidade no monitoramento e gerenciamento de serviços.
A arquitetura de microsserviços é um padrão de design que divide um aplicativo maior em serviços menores e fracamente acoplados. Esses serviços são independentes e podem ser implantados, gerenciados e dimensionados independentemente uns dos outros. Ao dividir a arquitetura combinável em partes menores e mais gerenciáveis, as organizações podem introduzir novos recursos e serviços de negócios empacotados de forma rápida e fácil para atender às necessidades do cliente.
Já as ferramentas sem código são uma nova geração de ferramentas de design e entrega de serviços que permitem que especialistas em assuntos de negócios criem, testem e implantem novas aplicações sem escrever código.
“O dinamismo que a Composable Enterprise oferece torna-se um diferencial e uma alavanca importante para obter sucesso nessa era da economia digital”, finaliza Gabizo.
