Mentora e treinadora comportamental mostra como balancear a relação entre o uso da tecnologia e a saúde mental
A cada dia que passa a tecnologia toma mais espaço no dia a dia das pessoas – e com o desenvolvimento da inteligência artificial, tudo se torna ainda mais concreto. A Quarta Revolução Industrial – também conhecida como Indústria 4.0 – já transformou o cotidiano e não dá sinais de desaceleração. Com isso, vale refletir: estamos preparados para toda essa onde de evolução tecnológica?
A mentora, treinadora e palestrante comportamental Juci Nones acredita que sim, mas destaca uma outra forma de inteligência necessária para conviver com as velozes inovações tecnológicas: a emocional. Para ela, mais importante do que se preocupar com muitos avanços ou temer ser substituído por uma máquina é estar atento às novas necessidades que vão surgir.
“Eu sempre digo que o mundo muda a todo instante e por uma razão especial: fazer com que possamos evoluir. A automação de tarefas rotineiras e repetitivas permite que os profissionais se concentrem em atividades de maior valor agregado, promovendo a inovação, a criatividade e o desenvolvimento de novas habilidades intra e interpessoais. A criação e manutenção dos próprios sistemas de inteligência artificial, por exemplo, requerem habilidades especializadas, o que pode resultar em demanda por profissionais nessa área”, aponta.
Para além da aplicação profissional da inteligência artificial, Juci destaca que a inteligência emocional pode ajudar com a flexibilidade e a adaptação às mudanças. “A inteligência artificial está transformando rapidamente diversos setores e pode causar incertezas e mudanças significativas. A inteligência emocional permite que as pessoas se adaptem a essas mudanças com maior flexibilidade e resiliência, lidando melhor com a incerteza e a pressão”, aponta.
Na prática
Mesmo sabendo que a tecnologia é parte do cotidiano e que devemos nos habituar e aprender com os novos tempos, a questão que fica é: como fazer isso? A especialista ressalta que mudanças criam conflitos naturalmente e que, se a inteligência artificial contribui sobremaneira para a evolução tecnológica, é a inteligência emocional que vai ajudar com que as sociedades consigam entender e lidar com essa evolução.
Na prática, explica Juci, é possível tomar algumas atitudes para estabelecer um limite e manter a mente saudável para enfrentar a revolução. Confira as dicas da mentora e treinadora comportamental:
• Mantenha conexões pessoais e sociais. Invista em qualidade de tempo para cuidar de seus relacionamentos com amigos, familiares, amorosos, etc. Não negligencie as relações pessoais em favor da interação digital. Aliás, pesquisas feitas em Harvard indicam que o segredo número um para termos uma vida plena e saudável são bons relacionamentos.
• Defina limites e momentos específicos do dia para usar a tecnologia, reservando tempo para atividades offline. Esta é uma dica preciosa principalmente para quem trabalha diariamente com atividades que envolvem o uso de tecnologia e interações online e acaba ficando imerso no mundo virtual.
• Cuide de você mesmo, cada vez mais. É preciso dedicar tempo para o autocuidado como exercícios físicos, boa alimentação, hobbies, contato com a natureza, práticas de mindfulness… Isso ajuda você a cuidar de sua saúde, a diminuir a ansiedade, o estresse e a reabastecer energia física e mental.
• Conecte-se com a sua espiritualidade. Acima de qualquer invenção existe algo maior e ter essa conexão nos faz não querer “controlar o incontrolável”. E isso não significa, necessariamente, ter uma religião específica, mas sim achar a sua forma de se conectar com a divindade.
• Esteja presente no “agora”. Só assim é possível criar consciência e usar a evolução externa como ferramenta para a nossa evolução – e não involução – como ser.
(Fonte: Juci Nones é mentora, treinadora e palestrante comportamental, escritora, neurocoach, mentora e treinadora de líderes, equipes e presidente do Instituto Juci Nones).