As forças armadas do Japão, oficialmente chamadas Forças de Autodefesa (em japonês, “Jieitai”), estão testando o serviço de internet via satélite Starlink, de Elon Musk.
Vivaldo José Breternitz (*)
Segundo informou o jornal Yomiuri, citando fontes governamentais não identificadas, estes testes estão acontecendo desde março passado, envolvendo diversas unidades militares, sendo possível que a contratação aconteça dentro de alguns meses.
As forças armadas do país já têm acesso a satélites de comunicação em órbita geoestacionária, mas o uso da tecnologia Starlink, operada pela SpaceX, acrescentaria ao sistema uma constelação de satélites em órbita terrestre baixa, aumentando sua eficácia.
Vários países ao redor do mundo estão buscando tornar seus sistemas de comunicações mais resilientes contra o risco de interferência nas comunicações e ataques a satélites em caso de conflito.
O serviço Starlink está sendo utilizado pelas forças armadas da Ucrânia em sua luta contra os invasores russos, ao que parece com sucesso. Os russos, por sua vez estão tentando bloquear seu uso.
No início de sua utilização, os custos do Starlink foram bancados pela SpaceX, que em outubro passado disse que não poderia fazer isso por tempo indefinido; em meados deste ano, o governo americano assumiu esses encargos.
Custos não devem ser problema para os japoneses, que gastam anualmente mais de US$ 50 bilhões com suas forças armadas, cerca de 1% do PIB.
Já o Brasil, segundo o Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo, uma organização que desenvolve pesquisas científicas acerca de conflitos, teve despesas militares de US$ 20,2 bilhões em 2022, 7,9% menos do que em 2021 e 14% menos do que em 2013.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas