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Espionagem cibernética: cada vez mais presente

em Tecnologia
terça-feira, 30 de maio de 2023

Um comunicado divulgado por autoridades da Austrália, Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido – países que compõem a rede de inteligência Five Eyes – informa que um grupo de hackers chineses, controlado pelo governo desse país, tem espionado uma ampla gama de organizações que compõem infraestrutura crítica dos Estados Unidos e que atividades semelhantes podem estar ocorrendo em outros países.

Vivaldo José Breternitz (*)

Através de outro comunicado, emitido pela Microsoft, sabe-se que esse grupo, conhecido como Volt Typhoon, estava ativo desde meados de 2021 e tinha entre seus alvos a infraestrutura da ilha de Guam, um posto militar americano extremamente importante situado no Oceano Pacífico, vital para a intervenção em qualquer conflito na região da Ásia-Pacífico, especialmente no caso de um ataque chinês a Taiwan.

Embora já se soubesse que os hackers chineses espionam países ocidentais, as informações da Five Eyes e da Microsoft dão conta que esta é uma das maiores campanhas de ciberespionagem conhecidas contra países ocidentais.

Acredita-se que o Volt Typhoon está buscando informações que permitam interromper as comunicações entre os Estados Unidos e a Ásia durante crises futuras, especialmente em uma eventual invasão de Taiwan pela China.

O Volt Typhoon tenta espionar principalmente os setores de telecomunicações, manufatura, serviços públicos, transporte, construção, marítimo, governo, tecnologia da informação e educação.

Ao tomar conhecimento do comunicado, a agência Reuters tentou ouvir a embaixada chinesa em Washington, que não respondeu a um pedido de comentários sobre o assunto; Pequim nega o patrocínio de ataques cibernéticos, mas acusa regularmente os Estados Unidos de praticarem sistemáticamente espionagem desse tipo.

A agência de segurança cibernética do Canadá disse que ainda não havia relatos de ataques a estruturas canadenses, mas que as economias ocidentais estão profundamente interconectadas e que um ataque a uma pode afetar as outras.

É a nova Guerra Fria, que esperamos não evolua para um conflito mais amplo.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas