Paloma Martín de Soto (*)
Em tempos de retração econômica, é natural que CEOs e CIOs reavaliem de forma criteriosa as suas principais necessidades e priorizem a aceleração do retorno de seus investimentos.
A fim de sustentar o crescimento dos negócios, voltam a sua atenção para dois pilares essenciais: a redução de custos e o ganho de eficiência. A diminuição do volume de investimentos e inovações, decorrente de momentos de maior turbulência e incerteza, como o que passamos agora no cenário global, faz com que executivos tenham que olhar para dentro de casa e buscar soluções efetivas. Seja com novas soluções, produtos e serviços com menos recursos ou maximizando a proposta de valor para os já existentes.
Nesse cenário, a boa orientação e a otimização do processo de modernização pode ser uma boa saída. Para isso, é preciso que as plataformas atuais utilizadas pela organização estejam preparadas para esse desafio, na busca por alternativas para aumentar a eficiência e reduzir custos, seja com a adaptação destas plataformas ou uso de ferramentas de automação.
Com um mercado cada vez mais digitalizado, a capacidade de dinamismo das empresas é exigida tanto pelos clientes quanto reguladores, sejam demandando serviços e produtos com maior qualidade e menor custo e tempo de entrega, ou sejam as entidades governamentais cada vez mais atentas, atualizadas e proativas definindo novas diretrizes em vários aspectos, provocando aumento de competitividade e proteção aos clientes.
Fato é que, mais do que nunca, modernização e digitalização são temas que estão em pauta, em prol do aperfeiçoamento das jornadas dos clientes e parceiros de negócio. A modernização, além de permitir a oferta de produtos com maior qualidade e menor custo, vem dando resposta a essas exigências, como grande parte das empresas que cresceram seus parques tecnológicos de maneira orgânica ao longo das últimas décadas.
À medida que as necessidades apareciam, estas tomaram as decisões que lhe cabiam para continuar rodando o negócio de maneira eficiente, onde no cenário atual as organizações direcionam seus esforços para melhoras da performance de seus sistemas e suas operações de TI. No entanto, este legado hoje traz um peso enorme em movimentos ao futuro, seja em termos de custo ou time to market, já que novas arquiteturas estão cada vez mais suportadas por dados, inteligência artificial, eventos, nuvem, e em ambientes distribuídos.
Ter a capacidade de saber exatamente o ciclo de vida do seu cliente, poder tomar decisões baseado em análises preditivas, escalar o ambiente de centenas para milhares de requisições simultâneas, identificar os impactos que uma falha no ambiente provoca, manter a conformidade dos sistemas, entre outros, não é mais um desejo de empresas mais inovadoras. Mas sim, uma necessidade atual, necessária e latente, como enorme volume de transições e grau de exigência da máxima disponibilidade.
A saída do legado orgânico, ou mesmo estruturado, para um parque tecnológico moderno e eficiente é uma jornada que deve fazer parte de uma transformação cultural da organização, uma mudança de paradigma que vai além das atualizações de sistemas, plataformas ou linguagens, passando por análise das estratégias de negócio orientadas ao crescimento, à eficiência operacional e à busca de novos relacionamentos com seus parceiros de negócio.
Também, é necessário encontrar as limitações tecnológicas e culturais, e as fortalezas da organização, estudar as necessidades de cada área tanto as que suportam o Core do negócio quanto os serviços de TI.
Além disso, encontrar sinergias entre elas, definir as capacidades futuras, criar debates colaborativos para desenhar o caminho se apoiando em indicadores atuais, ratificando que a nova arquitetura intencional, prática e habilitadores das diferentes disciplinas de TI, entre elas, Engenharia de Software, Dados, Segurança da Informação, DevOps, SRE, Governança dos Ativos de TI e Qualidade, entre outras, estão preparadas para o desafio da transformação tecnológica.
Modernizar é importante porque permite o aperfeiçoamento de tecnologias, processos e sistemas, o que pode levar a melhorias em diversos aspectos da capacidade dos negócios. E também é fundamental para acompanhar as transformações sociais e econômicas e para enfrentar os desafios impostos pelo mundo atual.
Mas, para obter êxito, é preciso, sobretudo, que as organizações consigam entender o seu próprio universo, o momento que atravessam e as dores correntes do mercado e de seus clientes. Para que, dessa forma, a tecnologia impulsione ativamente a inovação e eficiência dos negócios, resultando em diferencial competitivo.
(*) – É Head of Consulting na GFT Brasil (https://www.gft.com/br/pt).