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Comunicação é chave para tornar desligamentos menos traumáticos

em Mais
quarta-feira, 10 de maio de 2023

Quem já sofreu uma demissão sabe que o processo é inerentemente penoso.

A ideia de se ver sem uma fonte de renda e a sensação de insuficiência podem ter uma influência negativa muito forte no psicológico do colaborador. Diante disso, o mercado tem discutido formas de reduzir o potencial traumático dos desligamentos, garantindo ainda que as empresas mantenham sua reputação como marca empregadora.

Para o escritor Uranio Bonoldi, especialista em carreira e tomada de decisão, a chamada demissão humanizada só é possível enquanto houver uma comunicação clara e respeitosa da empresa com os profissionais.

“Acredito que a transparência é fundamental quando há demissões. Os líderes devem reportar aos seus colaboradores, de forma franca e honesta, o que está levando àquele desligamento, sem nunca perder a sensibilidade”, diz. Autor de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, Bonoldi defende que gestores não podem se eximir da responsabilidade de se comunicar com os colaboradores.

“Marque uma reunião, mesmo que seja online. Converse abertamente, avaliando tanto o desempenho do trabalhador quanto da empresa. Comunique o desligamento sabendo que do outro lado há uma pessoa que precisará arcar com as consequências da demissão”, opina. O escritor pondera que a discussão sobre o tema tem ocorrido por conta de casos em que as empresas informam sobre os desligamentos por meio de emails ou mensagens, conversas informais, ou até mesmo retirando o acesso do profissional aos sistemas da empresa sem aviso prévio.

“Quando as empresas tratam os colaboradores como algo descartável, a discussão sobre demissão humanizada se faz necessária. Mesmo em casos de desligamentos em massa precisam de atenção e tato no processo. Quanto mais alinhada à verdade forem os motivos alegados das demissões, quanto mais direta e clara for a comunicação, melhor”, pontua.

Algumas empresas, na tentativa de humanizar os desligamentos, podem oferecer alguns benefícios para o colaborador, de forma a compensar pela perda do emprego e até auxiliar na recolocação no mercado de trabalho. Outras chegam até mesmo a oferecer cestas com presentes, numa tentativa de tornar a demissão mais calorosa.

“Há casos e casos, cada empresa tem um perfil e para algumas isso pode funcionar. Depende também do colaborador. Alguns podem considerar ofensiva uma cesta na demissão; outros, não. De qualquer forma, o importante é que a empresa conheça o trabalhador, entenda como pode atendê-lo nesse momento delicado, e dentro de suas possibilidades oferecer aquilo que for mais viável”, analisa Bonoldi.

É preciso considerar que, salvo exceções, o desligamento tende mesmo a ser uma etapa triste na vida do profissional, e a demissão humanizada só consegue atenuar os aspectos negativos. “Afinal, as relações de trabalho são consideravelmente intensas, as pessoas dedicam muitas horas de seu dia para as empresas, e dependem dos empregos para viver de forma digna.

É compreensível, portanto, que uma demissão gere insegurança, medo e até certo ressentimento. O que as instituições podem fazer é cumprir com seu papel e tratar os colaboradores sempre com respeito e dignidade, tornando os desligamentos mais justos”, finaliza. – Fonte e outras informações: (https://www.uraniobonoldi.com.br/).