As novas relações de trabalho que se desenvolveram a partir da pandemia anteciparam necessidades que caminhavam lentamente dentro das empresas. Além da mais conhecida delas, o trabalho híbrido ou remoto, focar em engajar e atrair talentos é outra urgência para as marcas que fazem malabarismos para trabalhar melhor e com mais qualidade em meio a uma crise.
Por isso, individualizar e humanizar a maneira da liderança agir com seus colaboradores é fundamental, como explica Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD). “Em qualquer relação humana, a liderança deve individualizar o tratamento.
Não adianta simplesmente seguir regras que às vezes não convêm à sua equipe, como a máxima de elogiar em público e corrigir em particular. Se você pensar que há pessoas que odeiam ser elogiadas publicamente, entende que é preciso compreender como agir com cada um”, pontua.
Slivnik cita um exemplo da também palestrante Branca Barão, sobre um líder do de um grande banco brasileiro que comandava uma equipe de 200 pessoas e sabia o nome de todo mundo, além das peculiaridades dessas pessoas.
“A Branca conversou com ele e questionou o motivo do título de ‘líder mais amado do banco. Ele respondeu que ‘tocava as pessoas’, literalmente! Toda manhã, cumprimentava uma a uma. Isso fez com que a equipe sentisse que ele estava presente e estava lá para apoiar o time”, comenta.
De acordo com Slivnik, algumas dicas são essenciais para esse processo funcionar:
- Adapte-se! A substituição da pressão por produtividade pela adaptação ao projeto a ser desenvolvido faz com que a entrega da equipe tenha melhor qualidade e inspira para que ela queira colaborar com o crescimento da empresa.
Customizar os indicadores de cada funcionário pode ser benéfico a todos. “Mas, para isso acontecer, a liderança precisa entender as necessidades de cada um”, acrescenta.
- Coloque no papel: De forma prática, podem ser realizadas três ou quatro perguntas relacionadas a características pessoais, que vão desde o time de futebol ou comida favorita até necessidades relacionadas aos cuidados com a família. Ao entender isso, além de adaptar a estrutura ao negócio, é possível realizar atividades pequenas e marcantes, como criar um presente de aniversário que fique guardado na memória da sua equipe.
- Treine sua liderança: Para uma gestão bem feita e humanizada, o especialista destaca ainda dois pilares essenciais da liderança — empatia e escuta ativa. O primeiro não se trata de dizer o que faria no lugar do outro, mas sim de entender o contexto daquele colaborador e o porquê de ele agir de determinada maneira.
O segundo tem a ver com saber ouvir de verdade a sua equipe, demonstrando interesse nas necessidades individuais e fazendo as perguntas que levem a isso.
Segundo Slivnik, não é apenas possível individualizar essa relação de liderança, como também necessário, mesmo que seja uma equipe muito grande. Uma vez que a liderança percebe as demandas de cada um, que há pessoas introvertidas, extrovertidas e com outras características de comportamento, ela consegue elevar o tratamento dos colaboradores a um nível muito mais benéfico ao time.
“É claro que você não vai saber o nome de cinco mil pessoas, mas consegue entender os seus funcionários. O que não pode é generalizar o tratamento. Quando você faz isso, perde a mão da equipe. Para realizar essa individualização, você também vai precisar ter um time de liderança coeso que auxilie o processo”, pontua. – Fonte e outras informações: (www.alexandreslivnik.com.br).