Qual a importância da Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) para o agronegócio?
Bruno Barros (*)
Para responder esta pergunta, gostaria primeiramente de estimular um pensamento anterior ao IoT, ressaltando a importância de se ter uma base de informações e dados estratégicos sobre o negócio ou atividade, seja a companhia, empresa ou organização de qualquer setor da economia.
A frase “os dados são o novo petróleo”, dita pelo matemático londrino, especialista em ciência de dados, Clive Humby, tem movimentado diversas discussões e influenciado tendências e novas tecnologias no cenário empresarial mundial. Vejo dados com diamantes brutos, que podem ser lapidados a partir da tomada de decisões assertivas.
Se entendemos que o acesso aos dados pode facilitar e melhorar a tomada de decisões nas companhias, visando melhores resultados, então precisamos organizar a forma como capturamos essas informações e uma dessas maneiras é por meio do IoT.
Com o IoT há conexão entre objetos, instrumentos e máquinas, que incorporados a sensores, softwares e outras tecnologias estão interligadas a sistemas por meio da internet. Assim, é possível conectar diversos dispositivos e sensores para monitorar as operações, otimizar processos, criar novas visões e orquestrar operações de uma maneira geral. Assim, temos mais informações para respondermos à pergunta do começo do nosso artigo.
Mas, qual seria a importância do IoT para o agronegócio? É importante lembrar que este é um dos setores da economia mais complexos e robustos de todos. A complexidade se dá, pois a atividade depende de diversas etapas e atores, incluindo stakeholders, operações e todas as variáveis, que constituem o dia a dia, ou até mesmo o segundo a segundo do agronegócio.
Por isso, podemos dizer que funciona como uma orquestra: se um instrumento (operação) estiver fora do tempo ou desafinada, todo o resto é comprometido. E é aqui que os dados se tornam fortes aliados à tomada de decisão e à otimização de processos.
Numa operação de plantio, por exemplo, são consideradas as condições de clima, de solo, disponibilidade de recursos (maquinário e mão-de-obra), variedades de sementes a serem plantadas, e outras questões, que incluem o preparo do solo, tratos culturais, colheita, logística, manutenção da indústria, e muito mais.
E para reger toda essa orquestra, cada vez mais empresas estão atuando na área de monitoramento agrícola, soluções de gestão de operações, monitoramento de clima, solo, agricultura de precisão e operações por drones. Estas tecnologias dependem e se beneficiam do mesmo ativo: os dados.
No agronegócio, o acesso aos dados está se tornando cada vez mais imprescindível, principalmente frente aos diversos desafios e novas tendências que o impactarão diretamente, incluindo a busca pela sustentabilidade, mudança nos hábitos alimentares, mudanças climáticas, aumento populacional, escassez de recursos, crises políticas e outras temáticas, como a segurança alimentar de nosso planeta.
Por isso, as empresas e os profissionais ligados ao agronegócio precisam, cada vez mais, se preocupar com a obtenção dos dados vitais ao seu negócio no campo, na logística, nas indústrias, no administrativo e principalmente, precisam saber trabalhar essas informações para lapidar o diamante bruto, em busca da eficiência deste setor, que alimenta o mundo.
A transformação digital que o agronegócio está gerando leva para um cenário com cada vez mais empresas “Data Driven”, ou seja, com decisões embasadas em dados e informações provenientes das suas próprias operações. Portanto, a tendência iniciada nas grandes empresas de tecnologia (Amazon, Facebook, Google) já é uma realidade no agro e a eficiência dos dados contribui para todo o planeta.
(*) É account manager da dataRain para o agronegócio.