O Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, grandes polos agrícolas, estão sendo impactados pelas altas médias de precipitação nesse começo de ano. Em algumas dessas regiões o índice ultrapassou a marca dos 170 mm em apenas uma semana. Parte dessas chuvas estão causando efeitos negativos nas lavouras que estão em pleno desenvolvimento com relatos de alguns problemas pontuais em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Entretanto, há também casos de lavouras que ficaram completamente embaixo d’água.
Uma das primeiras interferências do clima sobre as culturas que são exploradas comercialmente é a falta de luminosidade. Segundo o engenheiro agrônomo, gerente de marketing técnico da DVA Agro, Renato Menezes, é preciso determinado comprimento de onda de luz para que as plantas ativem o seu processo normal de atividade fotossintética. “Além desse fato, ocorre interferências na regulação estomática, influenciando na capacidade de absorção dos nutrientes presentes e disponíveis no solo”, pontua. Vale ressaltar também que o excesso de água das chuvas ocasiona limitações do crescimento do sistema radicular, impondo as raízes crescimento superficial e assim alcançando menor área de cobertura de solo para absorção. Consequentemente interferindo diretamente na quantidade de nutrientes absorvidos.
Outro aspecto vinculado a capacidade de absorção dos nutrientes pelas culturas está relacionado com a granulometria, solos mais arenosos possuem tendência, com um volume de chuva mais alto dentro de um período de tempo mais curto, de ocorrer lixiviação dos nutrientes. “Uma vez lixiviados no solo, os nutrientes saem da zona de acesso a absorção pelo sistema radicular, que está limitado a perfis superficiais do solo sob a condição de excesso de chuvas”, reforça o gerente.