Fabiano Funari (*)
Nos últimos tempos só se falava sobre isso, mas agora finalmente podemos dizer que ela está entre nós: o Brasil já conta com mais 420 municípios aptos a receber a tecnologia de comunicação 5G, além das capitais que já tem essa tecnologia disponível.
Ao que tudo indica esse processo vai se acelerar ainda mais em 2023, tanto que há uma boa chance de que você já esteja lendo este texto através de uma comunicação 5G.
. Conexões mais rápidas para conectar pessoas e negócios – Quando pensamos nas evoluções anteriores de tecnologia — do 2G para o 3G e depois para o 4G — a primeira coisa que nos vem à cabeça é o ganho de velocidade da conexão. Mas o 5G vai além — pois ele é sim consideravelmente mais rápido, mas traz consigo uma série de outras inovações que ampliam o leque do que é possível fazermos com conexões digitais.
Só para termos uma ideia de sua capacidade, o 5G é bem melhor preparado para segurar múltiplas conexões ao mesmo tempo, característica essencial para materializarmos projetos que incluem milhares ou milhões de dispositivos conversando entre si simultaneamente, como em uma fábrica ou cidade inteligente onde o fluxo de dados e informações nunca para.
Em outras palavras, enfim abrem-se as portas para projetos inovadores que antes só podiam existir no papel. Projetos de comunicação machine-to-machine (M2M) de larga escala serão a norma para projetos de transformação digital e automação industrial. Isso sem falar que os segmentos de saúde, varejo, energia, mídia e entretenimento são algumas das diversas indústrias que já estão repensando seus modelos tecnológicos.
O novo patamar de conectividade trazido pelo 5G vai permitir também a implementação de negócios ainda não imaginados. A monetização dessa nova tecnologia ainda tem muitas possibilidades não conhecidas ou não exploradas.
. A nuvem como habilitadora dessa expansão – Mas essas transformações não vão depender somente da disponibilidade do protocolo 5G. É necessário também repensar como o resto do sistema se comportará em uma realidade de hiper automação.
E este é justamente o ponto onde as provedoras de serviços de telecomunicações ainda tem mais um caminho a trilhar: o multi-cloud, ou seja, quando um projeto faz uso de dois ou mais provedores de nuvem pública ou hyperscalers.
O multi-clud também deverá ser demandado pelas outras empresas do ecossistema, uma vez que o volume de dados que poderá ser processado nos projetos envolvendo 5G levará a uma expansão substancial da necessidade de armazenamento e tratamento dessa informação.
O multi-cloud traz recursos relevantes para os projetos baseados em 5G: amplia a liberdade de escolha das empresas, aumenta a acessibilidade aos dados e, em alguns casos, torna-se essencial para a conformidade com o ambiente regulatório de alguns países, que exigem que os dados de seus cidadãos sejam tratados total ou em parte em servidores localizados dentro do país.
Globalmente, as empresas tem se voltado ao multi-cloud para conferir resiliência, segurança e flexibilidade a seus projetos e, no Brasil, não será diferente. Aliás, pesquisas recentes demonstram que mais de 50% das empresas brasileiras já estão de olho no multi-cloud.
Isso se deve, em parte, pelo uso ampliado de nuvens públicas pelas empresas brasileiras — apenas 37% das empresas nacionais não utilizam nenhum serviço de nuvem pública, contra 47% da média global. Sendo assim, só podemos deduzir que os modelos multi-cloud serão a norma nos grandes projetos de transformação digital e automação, e que os provedores de serviços mais alinhados ao modelo largarão na frente.
. A parceria certa é fundamental – Ao adotar uma estratégia para a nuvem, as empresas devem analisar o cenário atual com confiança e fazer parceria com um provedor de soluções que possa trazer o conhecimento e a experiência adequados nessa área.
Os produtos 5G desempenharão um papel crucial em toda a cadeia de valor da transformação da indústria, impulsionada principalmente pela automação, cloudificação e virtualização. É fundamental que os fornecedores escolhidos para realizar o projeto demonstrem sua capacidade em termos tecnológicos e operacionais.
Para isso, é importante que desenvolvam o projeto com base no planejamento inicial, com metodologias e padrões internacionais, ao que essa transformação deve funcionar como um agente de mudança para modelos de negócios, trazendo novas oportunidades em todos os setores da companhia.
(*) – É Country Manager da HCLTech Brasil (https://www.hcltech.com/geo-presence/brazil).