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O Trabant, talvez o pior carro do mundo

em Tecnologia
terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Dispondo de tecnologia muito avançada, a Alemanha há muito tem a reputação de construir alguns dos melhores carros do mundo.

Vivaldo José Breternitz (*)

No entanto, depois de sua derrota na 2ª. Guerra Mundial, o país foi dividido em duas partes, a ocidental e oriental, e a indústria da metade oriental do país tinha uma reputação muito ruim.

Chamada República Democrática Alemã (RDA), a parte oriental, era um estado comunista que produzia apenas alguns modelos de automóveis, sendo o mais famoso o Trabant 601. Fabricado de 1957 a 1991, o Trabant mudou pouco ao longo de todo o tempo em que foi produzido, tendo sido sempre considerado um dos piores carros do mundo

Era um pequeno sedã, movido por um motor de dois cilindros e dois tempos que gerava “poderosos” 18 cavalos de potência. A fábrica, que pertencia ao governo, procurava reduzir os custos ao máximo, desde mantendo uma mecânica extremamente simples, até não colocando acessórios.

A carroceria era fabricada em Duroplast, um tipo de plástico feito de uma resina à qual eram misturados restos de algodão e madeira pulverizados. Ela não enferrujava, mas aí terminavam suas qualidades; após a reunificação da Alemanha, quando foi possível adquirir carros melhores, a única forma de se livrar dos Trabant era incinerando-os, o que, no entanto, gerava uma fumaça altamente tóxica.

Havia outro problema crônico: se muito peso fosse colocado no porta malas, o carrinho tendia a partir-se em dois – seu chassis simplesmente rachava ao meio.

Apesar da construção barata, comprar um Trabant na RDA era difícil – seu custo equivalia a um ano do salário médio dos alemães orientais e o prazo de entrega estava ao redor de 15 anos.

Apesar de hoje interessar a colecionadores, sem dúvida o Trabant foi um dos piores carros já construídos, talvez empatando com o Yugo, produzido na antiga Iugoslávia, também comunista. 

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.