A internet 3G deixou de ser utilizada nos Estados Unidos no final de 2022, quando a Verizon desativou suas redes que utilizavam essa tecnologia, que chegou àquele país no início dos anos 2000, e que, com a chegada dos smartphones, viabilizou a internet móvel como vemos hoje.
Vivaldo J. Breternitz e Cláudio A. Violato (*)
A Verizon foi a última grande operadora americana a fazê-lo – a AT&T e a T-Mobile já haviam tomado a mesma providência no início do ano passado.
Apesar dos inúmeros avisos das operadoras e de vários adiamentos, alguns usuários deixaram de migrar para serviços mais modernos antes da desativação, fazendo com que alguns problemas acontecessem, como carros e caminhões conectados ficaram offline, assim como parquímetros, tablets, smartphones e leitores de ebooks mais antigos.
A desativação da rede da AT&T foi responsável por atrasos na divulgação dos resultados das eleições de Michigan acontecidas em 2022. Agora, a medida tomada pela Verizon deve gerar problemas similares.
O principal motivo alegado pelas operadoras para deixarem de operar redes 3G é o interesse em utilizar recursos em novas redes, especialmente 5G. No entanto, sabe-se que equipamentos e manutenção para redes 3G vão ficando mais caros; com a migração dos usuários para tecnologias mais modernas, como 4G, por exemplo, as redes 3G acabam tendo um número menor de usuários e passam a gerar prejuízos.
Aqui no Brasil 3G deverá continuar existindo por algum tempo, como estima Eduardo Tude, presidente da consultoria especializada em telecomunicações Teleco – Tude acredita que 3G continuará em funcionamento em nosso país por mais cerca de 5 anos.
No final de 2021, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que 20 milhões de brasileiros ainda eram usuários de 3G; além de smartphones, equipamentos como máquinas de cartões de crédito e dispositivos componentes da Internet das Coisas também utilizam 3G.
É um ciclo natural – tecnologias antigas acabam sendo substituídas por mais modernas.
(*) Vivaldo J. Breternitz e Cláudio A. Violato são diretores do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas