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Pandemia faz cair participação de centros urbanos na economia

em Economia
sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Os serviços reuniram as atividades que tiveram as maiores quedas de participação na economia do país entre 2019 e 2020. Foto: Fernando Frazão/ABr

A pandemia provocou efeitos diferentes nos municípios brasileiros, que variaram conforme a importância das atividades de serviços de cada um, principalmente as presenciais. Diante das medidas restritivas de isolamento e precaução de contágio por parte das famílias, os serviços reuniram as atividades que tiveram as maiores quedas de participação na economia do país entre 2019 e 2020. A avaliação faz parte da pesquisa PIB dos Municípios de 2020, divulgada pelo IBGE.

Segundo os resultados, em 2020 nove cidades responderam por quase 25% do PIB nacional e 15,3% da população brasileira. Neste grupo estão São Paulo, com 9,8%; Rio de Janeiro, 4,4%; Brasília, 3,5%; Belo Horizonte, 1,3%; Manaus, 1,2%; Curitiba, 1,2%; Osasco, 1%; Porto Alegre, 1% e Guarulhos, 0,9%. Também houve mudança na posição de cidades na comparação entre 2002 e 2020. Manaus subiu da sétima para a quinta posição; Curitiba, da quinta para a sexta; Osasco, da 16ª para a sétima; Porto Alegre, da sexta para a oitava e Guarulhos, da 14ª para a nona.

Além disso, os 82 maiores PIBs municipais representavam, aproximadamente, metade do total da economia nacional e 35,8% da população do país. Em 2002, início da série publicada, apenas quatro municípios somavam cerca de ¼ das atividades econômicas do país. Ainda em 2020, os 1.275 municípios de menores PIBs responderam por cerca de 1% do PIB nacional e por 2,9% da população brasileira. Entre eles, os 148 situados nos estados do Piauí e os 135 da Paraíba representavam mais de 60% das municipalidades de seus estados.

Na distribuição do PIB por concentrações urbanas, segundo o IBGE, é possível verificar “a redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos no ano de 2020”. Em 2019, cerca de 25% da produção econômica do Brasil estavam somente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já em 2020, as duas somaram 23,7% do PIB nacional, com São Paulo respondendo por 16,2%, o que significa queda de 0,7 ponto percentual (pp), e o Rio de Janeiro por 7,4%, representando recuo de 0,5 pp.

As 10 maiores concentrações urbanas tiveram redução em suas participações relativas na economia nacional. Em 2020, essas concentrações somaram 40,5% do PIB, uma redução de 2,3 pp ante o peso de 2019. Para Marcelo Araújo, geógrafo do IBGE, “o PIB nacional está subindo e essas cidades maiores estão tendo um crescimento menor do que o crescimento nacional, por isso ocorre uma tendência de convergência e de redução de desigualdade espacial do PIB” (ABr).