A Amazon está demitindo cerca de dez mil funcionários, de diversas unidades.
Vivaldo José Breternitz (*)
Uma das áreas mais atingidas é a voltada à assistente de voz Alexa, cujo processo de extinção parece estar em andamento.
Alexa existe há 10 anos e foi uma assistente de voz pioneira, copiada pelo Google e pela Apple. No entanto, nunca conseguiu gerar um fluxo de receita adequado e, pelo contrario, teria gerado prejuízos da ordem de US$ 3 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2022, com expectativa de perdas de US$ 10 bilhões até o final deste ano.
O portal Business Insider disse que apesar de nunca ter gerado resultados satisfatórios, Alexa era o “projeto de estimação” do ex-CEO da Amazon, Jeff Bezos, que teria começado a perder o interesse no assunto por volta de 2020. Agora, a Amazon tem um novo CEO, Andy Jassy, que aparentemente também não está interessado no produto.
A Amazon queria ganhar dinheiro com Alexa fazendo que os usuários a utilizassem para comprar outros produtos vendidos pela empresa, mas isso não tem sido comum, pois apesar de a Alexa gerar cerca de um bilhão de interações com o portal da Amazon a cada semana, a maior parte delas refere-se a perguntas sobre o tempo ou similares – essas interações não são monetizáveis.
Alexa é a terceira colocada entre os usuários americanos de assistentes de voz, com 71,6 milhões de usuários, perdendo para o Google Assistant com 81.5 milhões e para o Siri, da Apple, com 77,6 milhões, que enfrentam problemas similares e podem vir a ter o mesmo fim que a Alexa.
Isso deve acontecer caso os executivos desses big techs lembrarem-se do que dizia Jack Welch, que durante anos foi o CEO da General Electric e é tido como um dos maiores executivos do século XX: “Pode soar horrível, mas uma crise raramente acaba sem sangue no chão. Isso não é fácil ou prazeroso. Mas, infelizmente, é necessário para que a companhia possa seguir em frente”.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.