Pollyana Guimarães (*)
Nenhum líder nasce pronto e completamente preparado para exercer suas funções. Muito pelo contrário, um bom líder é aquele que busca se aperfeiçoar constantemente, aprimorando seus conhecimentos e habilidades em consonância com as mudanças e exigências do mercado e consumidores.
As empresas que contarem com estes perfis de liderança, certamente, terão muito a ganhar para seu crescimento – benefício que vem elevando, cada vez mais, a procura por estes profissionais metaforicamente conhecidos como líderes unicórnios.
O nome é em referência às startups unicórnios, empresas que representam negócios emergentes avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, com uma ampla notoriedade e visibilidade no mundo corporativo. Apenas em 2021, como exemplo, o Brasil ganhou dez novas startups unicórnios em setores variados.
Por se tratar de companhias altamente promissoras, costumam atrair o olhar de muitos investidores, especialmente por sua raridade de serem encontradas. Não à toa, seu nome unicórnio vem, justamente, pela associação ao animal folclórico e à dificuldade em encontrá-lo no mundo mágico.
Se tratando dos líderes unicórnios, a mesma analogia pode ser feita. Assim como nessas companhias, estes perfis de profissionais são extremamente valorizados por organizações de todos os portes e segmentos, altamente disputados para que melhorem o clima organizacional, a gestão de pessoas e satisfação dos times rumo aos objetivos desejados.
Sua marca pessoal e conhecimento são reconhecidos e desejados, para que contribuam para o crescimento do negócio frente aos concorrentes. Para aqueles que desejam se tornar um líder unicórnio, veja os principais cuidados que devem ser tomados nessa missão:
- – Invista no networking – criar uma rede de contatos é uma estratégia de negócios importante para todos os profissionais, especialmente para quem deseja se tornar um líder unicórnio. Além de fortalecer suas conexões com colegas e parceiros, um networking robusto é uma fonte rica de inspiração sobre as melhores práticas do mercado.
Isso é, observando as experiências e processos seguidos pelos outros líderes e as adaptando em busca de algo diferenciado. Assim como nas startups unicórnios, a inovação deve ser a pauta frequente destes líderes, sempre buscando novas informações e conhecimentos para agregar às suas habilidades com flexibilidade, de acordo com as demandas do mercado.
- – Autodesenvolvimento – o comodismo e a falta de iniciativa são os piores comportamentos que um líder pode ter. Ao invés de esperar uma atitude por parte das empresas, aqueles que desejam se tornar um líder unicórnio devem ser proativos em seu autodesenvolvimento, procurando a todo o momento estudar e aprimorar suas hard, soft skills e lifelong learning para que atendam todas as necessidades de seu público-alvo.
É preciso ter um direcionamento em sua carreira, utilizando-se dos mais diversos recursos de aprendizados para evoluir estes quesitos – seja por meio de livros, podcasts, treinamentos online, ou qualquer outra metodologia. Um dos métodos mais discutidos recentemente a favor deste objetivo é o chamado Working Out Loud, o qual defende o compartilhamento de seu trabalho visando a máxima contribuição de outros profissionais.
- – Lifelong learning – não existe uma data para terminar de estudar. Muito menos, um limite ou prazo. O líder unicórnio deve incorporar em sua atitude a prática do aprendizado contínuo, integrante do conceito de lifelong learning.
Assim, ele não apenas estará preparado para acompanhar as mudanças do mercado conduzindo a empresa rumo à essa demanda, como principalmente administrar todas as gerações de profissionais na empresa e seus diferentes perfis.
Levando em consideração as dificuldades em atrair e reter a geração Z no ambiente de trabalho, ter um líder unicórnio pode fazer toda a diferença para garantir a satisfação destes jovens e seu empenho à marca.
- – Equilíbrio com vida pessoal – ninguém deve viver apenas em favor do trabalho. Todos aqueles que desequilibraram esta balança, notam rapidamente consequências sérias para sua saúde física e mental, especialmente ao longo dos últimos anos. O Brasil já se tornou o segundo país do mundo com mais casos registrados de Burnout, segundo dados da Anamt, atingindo cerca de 30% dos trabalhadores no país.
A vida profissional, pessoal e espiritual devem ser balanceadas, para uma qualidade de vida essencial. O mercado está sedento por líderes unicórnios, que tenham um conjunto de hard, soft skills e um comprometimento com o lifelong learning em sua jornada profissional.
Mas, quantos líderes com esse perfil você já encontrou em sua trajetória? Vale um questionamento sobre quantos líderes deste tipo existem no mundo corporativo, e o quanto ainda precisa ser desenvolvido visando esta mudança.
Afinal, as necessidades e urgências das empresas e consumidores mudam a todo o momento, e apenas um líder unicórnio conseguirá acompanhar essas transformações e gerir os times e a companhia rumo aos objetivos sonhados.
(*) – É CEO da Evoluzi, empresa de curadoria de treinamentos corporativos (https://evoluzi.com.br/).