Em 2020, o Brasil tinha 4,87 milhões de empresas ativas que empregavam 39,4 milhões de pessoas, sendo 32,4 milhões (82,3%) assalariadas e 7 milhões (17,7%) na condição de sócios ou proprietários. Apesar da pandemia, o saldo entre entrada e saída de empresas no mercado permaneceu positivo em 2020. Entraram no mercado 826,4 mil empresas e saíram 634,4 mil, com saldo final de 192 mil empresas. Os dados constam da pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas do Empreendedorismo 2020, divulgada ontem (26) pelo IBGE.
A redução da saída das empresas do mercado em 2020 em relação a 2019, pode ser atribuída a alguns fatores como as políticas públicas que contribuíram para a sobrevivência das companhias, como o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, e a incerteza da duração da pandemia. O salário médio mensal teve redução de 3,8% entre 2020 e 2019. Em 2020, era de R$ 2.568,48. Em 2019,
R$ 2.668,62. A idade média das empresas era de 11,6 anos em 2020, a mesma de 2018 e praticamente a mesma de 2019 (11,7 anos).
O setor com o maior saldo de empresas em 2020 (39 mil) foi o de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas. O que mais perdeu foi alojamento e alimentação, com menos 4.981 empresas. Segundo o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira, os setores de alojamento e alimentação sofreram impacto gigantesco na pandemia, com fechamento de empresas e dispensa de pessoal. Ele destacou que esses setores empregam majoritariamente mulheres.
O estudo observou que a proporção de mulheres assalariadas nas empresas que saíram do mercado (44,1%) foi maior do que nas que entraram (40,5%). “Essas variações observadas podem estar relacionadas às políticas de saúde adotadas durante a pandemia, como a proibição de serviços de mesa em bares e restaurantes, o fechamento temporário de equipamentos culturais e a suspensão de atividades artísticas e esportivas que envolvem aglomeração de pessoas”, diz o IBGE (ABr).