Pelo terceiro mês seguido, o Brasil deverá registrar inflação negativa. Se as expectativas dos analistas de mercado se cumprirem, o IPCA deverá ficar em -0,19% em setembro, conforme a última edição do boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) com instituições financeiras. Segundo especialistas, a política monetária antecipada do BC e as quedas dos preços de combustíveis e de energia são os principais fatores que fazem o Brasil registrar inflação menor que a média global em 2022.
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton consultoria, o comportamento da inflação em 2022 é uma combinação da política monetária agressiva e de efeitos externos sobre o preço da gasolina e da energia. “Os dois fatores criaram um cenário mais benigno para a inflação em relação ao ano passado. Existe um efeito acumulado”, diz.
Na sua avaliação, a atuação do BC, que começou a subir a taxa Selic em março do ano passado, não pode ser desprezada. “Os juros altos evitaram que a alta de preços se disseminasse por mais setores da economia”, comenta. “Nesse sentido, o Banco Central brasileiro foi mais ágil e começou a elevar os juros antes das principais economias do planeta” (ABr).