Devido a pandemia, diversas empresas em todo o mundo precisaram se adaptar e adotar medidas de segurança em prol da prevenção e combate ao coronavírus. Aderir ao trabalho a distância (home office) como forma de trabalho foi uma forma de proteger os trabalhadores durante o isolamento social. Com a retomada do presencial, houve uma mudança na tendência, com a continuidade desse modelo de trabalho ou a adoção de um formato híbrido.
A flexibilidade no local de trabalho é vista como um grande investimento e uma aposta na produtividade “Para funções que podem ser exercidas fora de uma empresa, a modalidade a distância pode trazer um resultado positivo quando pensamos em bem-estar e na liberdade do funcionário. Porém, é preciso implantar uma nova estratégia para a gestão das pessoas, que contemple o flexível e o produtivo”, comenta o consultor empresarial e especialista em gestão de pessoas, Paulo Paiva.
. Qualquer lugar pode ser usado para trabalhar – Em um cenário com tantas incertezas, uma coisa é certa: o modelo de trabalho conhecido como anywhere office veio para ficar.
O termo, considerado um guarda-chuva, pode se referir a novos modelos adotados no período de pandemia, como é o caso do modelo híbrido, em que parte da carga horária é cumprida na empresa e parte fora, ou até mesmo o compartilhamento de um espaço físico com pessoas de diferentes empresas, como o coworking.
São modos de operação que dispõem de flexibilidade, conforto e mais qualidade de vida aos funcionários, mas que não se resume apenas a isso.
O engenheiro de computação, Afonso Brian Pereira Azevedo, 24 anos, começou a trabalhar remotamente para uma empresa de tecnologia no início da pandemia, em 2020. Formado há mais de quatro anos, hoje se vê feliz com a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar.
“Tentamos fazer tudo o mais assíncrono possível. Temos reuniões diárias de no máximo 15 minutos. Uma das principais vantagens de trabalhar a distância é que posso estar, morar, ou viajar para onde eu quiser. Assim, também estou livre para fugir dos grandes centros urbanos, que são caros de se viver e possuem uma baixa qualidade de vida”, relata.
. Muito mais que comodidade – Hoje, são mais de 35 milhões de adeptos a este estilo de vida pelo mundo. Segundo o Relatório Global de Tendências Migratórias 2022 da Fragomen, empresa global especializada em migração, é estimado que até 2035 existam cerca de 1 bilhão de trabalhadores remotos no mundo.
Seja em uma cafeteria pouco conhecida do seu bairro de infância, seja no famoso Café de La Paix, localizado em Paris, não importa, o formato possibilita o trabalho remoto em qualquer lugar do mundo. Além de mobilidade e turismo em meio à rotina profissional, o anywhere office também pode oferecer bons salários. A renda de quase 40% desses trabalhadores ultrapassa US$ 75 mil.
CEO’s, artistas, escritores, programadores e professores são os principais profissionais que aderiram a essa modalidade.
. Como o mercado reage – A cultura organizacional é essencial para motivar o time e contribuir para o crescimento da empresa. Por isso, apostar na gestão de pessoas é uma estratégia para gerar mais satisfação de ambos os lados, podendo até gerar mais lucros para a empresa ao permitir que os funcionários otimizem o tempo e trabalhem de forma mais livre.
Sabe aquela famosa frase: “reuniões que poderiam ser resolvidas com um e-mail”? Afonso comenta que a liberdade favorece até na gestão das tarefas do cotidiano “Trabalhei em uma grande corporação que fazia muitas reuniões desnecessárias e era quase impossível entregar os projetos devido ao excesso”, desabafa.
“Uma gestão mais flexível e que ofereça liberdade aos colaboradores induzem um aumento de confiança no trabalho que produzem. E para isso funcionar, é importante que haja uma estratégia consolidada entre empresa e trabalhador, onde se tenha menos controle”, finaliza Paiva. – Fonte e outras informações: (https://br.linkedin.com/in/paulopaivapalestrante).