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Os preços no setor industrial registraram queda em agosto

em Economia
quarta-feira, 28 de setembro de 2022

O IPP mede a variação dos preços de produtos na porta da fábrica. Foto: José Paulo Lacerda/CNI

A queda foi de 3,11% em relação a julho, sendo a maior variação negativa desde o início da série histórica em 2014. Na passagem de junho para julho, a variação havia sido de 1,13%. Nos últimos 12 meses, o índice marcou 12,16%. Em julho, o acumulado foi de 17,94%. No ano, o indicador chegou a 7,91%. Os resultados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto foram divulgados ontem (28), no Rio de Janeiro, pelo IBGE.

A indústria do refino de petróleo e biocombustíveis se destacou com a segunda maior variação, com queda de 6,99%. As retrações nos alimentos com -0,88 p.p. de influência, as indústrias extrativas com -0,79 p.p. e a metalurgia -0,25 p.p. – foram outras que influenciaram o indicador. O gerente do IPP, Alexandre Brandão, informou que o acumulado do ano do refino até agosto foi de 26,49% e, que analisando os últimos 12 meses, a alta é de 45,98%.

“São as maiores variações nesses indicadores. Agora em agosto, houve queda (a primeira observada em 2022) de -6,99%, numa inversão do que vinha ocorrendo”, disse. O IPP mede a variação dos preços de produtos na porta da fábrica – não incluindo impostos e frete – de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Entre elas, 16 mostraram recuo.

Segundo Brandão, antes do recuo, a menor queda tinha sido em novembro de 2018: 1,62%. Nos últimos 37 meses, período que inclui a pandemia, houve apenas dois resultados negativos. Além do atual, houve a queda de 0,08% em dezembro de 2021. “O que em grande parte explica a redução, por um lado, é a apreciação real frente ao dólar em agosto, que impacta negativamente tanto os preços das importações quanto os das exportações”, observou.

A queda do óleo bruto de petróleo terá efeito direto no refino e em outros produtos químicos, além dos efeitos indiretos em outras cadeias com a queda nos preços dos combustíveis. Já o minério de ferro, quando os preços caem, afeta os setores de metalurgia, particularmente a siderurgia, que, por sua vez, alcançará setores como os de produção de veículos e eletrodomésticos”, explicou Brandão (ABr).