A Amazon mais uma vez mostrou seu interesse pela robótica ao adquirir a D. Cloostermans-Huwaert, uma empresa com sede na Bélgica. Os valores do negócio não foram revelados.
Vivaldo J. Breternitz (*)
Fundada em 1884, a Cloostermans presta serviços de engenharia mecânica e elétrica a empresas que constroem equipamentos e também fabrica máquinas, inclusive impressoras 3D. Agora, seus cerca de 200 funcionários se juntarão à divisão de robótica da Amazon.
A Amazon trabalha com a Cloostermans desde 2019 para aperfeiçoar suas operações de cadeia de suprimentos, buscando soluções para movimentar mercadorias em seus armazéns e empacotar produtos para entrega aos clientes – parte considerável desses trabalhos é executada com a ajuda de robôs desenvolvidos internamente.
A Amazon planeja aproveitar a experiência da Cloostermans em robótica para otimizar suas operações. Segundo ela, isso será feito implantando tecnologias que ajudarão os funcionários em seu trabalho, melhorarão a segurança dos armazéns e reduzirão o desperdício de embalagens.
A Amazon tem se esforçado para desenvolver robôs personalizados para processar pedidos com mais eficiência; em junho, lançou um novo robô desenvolvido internamente chamado Proteus, que pode movimentar carrinhos contendo vários pacotes dentro de um armazém. Segundo a empresa, o Proteus usa software de inteligência artificial para navegar e pode buscar carregamento de suas baterias automaticamente.
A compra da Cloostermans é a mais recente de uma série de aquisições que a Amazon fez na última década buscando aprimorar a automação de seus armazéns. Em 2012, a empresa adquiriu a fabricante de robôs de armazém Kiva Systems por US$ 775 milhões; em 2019, comprou a Canvas Technology, uma desenvolvedora de robôs de entrega.
A Amazon informou ter mais de 520 mil robôs em suas instalações, o primeiro deles implantado em 2012, e também está presente no mercado de robôs domésticos, oferecendo o Amazon Astro que pode mover pequenos itens entre salas e realizar várias outras tarefas. Para aumentar sua presença no mercado, a Amazon adquiriu em agosto a fabricante de aspiradores de pó iRobot, que produz o famoso Roomba, investindo no negócio US$ 1,7 bilhão.
Vale lembrar que a Amazon enfrenta muitas acusações de exploração de seus empregados e de condições inseguras de trabalho nesses armazéns, o que certamente motiva-a a investir em robôs, que não fazem greve, não adoecem etc.
(*) É Doutor em Ciências pela USP, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas