Uma publicação elaborada pelo ACI Institute em parceria com o Board Leadership Center da KPMG no Brasil elenca os nove principais riscos emergentes que devem ser monitorados este ano e com a possibilidade de estar na agenda da liderança das empresas brasileirasao longo do ano.
Os riscos são os seguintes: desafios do capital humano; gestão do risco de terceiros; ESG; risco concorrencial; sistema financeiro aberto (open finance); normas para combater e prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo; hackers, regulações e transformações; cenário tributário; retorno aos acionistas versus ativismo dos stakeholders.
“Em um mundo cada vez mais volátil, complexo e incerto, permeado por transformações que acontecem de forma acelerada, aumentam as preocupações em relação à capacidade de se manter atualizado perante tantos avanços e, proporcionalmente, aumentam também os riscos aos quais as organizações estão expostas.
Ao mesmo tempo, a pressão e o ativismo dos acionistas e stakeholders continuam cada vez mais intensas. Nesse contexto, a atuação dos administradores das empresas é essencial para orientá-las de forma a possibilitar que naveguem com mais segurança e confiança, transformando os riscos em oportunidades”, analisa o sócio da KPMG e CEO do ACI Institute Brasil, Sidney Ito.
- Desafios do capital humano – As novas tecnologias, processos ágeis, indústria 4.0, a inteligência artificial, o uso intensivo de redes sociais e a rápida mudança no gosto dos consumidores vêm remodelando a forma como as pessoas se relacionam, se comunicam, colaboram e trabalham.
Entretanto, a pandemia de covid-19 foi um catalisador dos processos de digitalização e algumas mudanças são essenciais para garantir o sucesso das organizações, incluindo o endereçamento das crescentes demandas por maior diversidade na força de trabalho, a preocupação com o bem-estar dos funcionários e as adaptações necessárias para viabilizar o trabalho remoto.
2 Gestão do risco de terceiros – Além da responsabilidade que as empresas têm em monitorar terceiros, a questão tem se expandido para uma dimensão cada vez mais reputacional e operacional, com destaque para o aumento da preocupação das companhias com relação ao risco de associação pelas práticas de seus fornecedores ou clientes. Nesse cenário, se evidencia a importância da alta administração em estar especialmente atenta a esse risco.
- ESG: hora da ação – Ao mesmo tempo em que aumentam os compromissos firmados pelas companhias, cresce também a pressão dos acionistas por informações sobre o endereçamento de metas, incluindo a contabilização e divulgação ao mercado tanto das iniciativas ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) implementadas, quanto dos compromissos públicos — cumpridos ou não.
- Risco concorrencial – Esse risco ganha em relevância e urgência considerando que, com o Programa de Leniência do CADE, uma empresa que eventualmente participe de uma situação ilícita pode, não apenas reduzir substancialmente a punição, como também criar complicações significativas para as demais organizações envolvidas no contexto.
- Sistema financeiro aberto (Open Finance) – Um dos principais riscos que emergem está relacionado à necessidade de revisitação do modelo de negócios, assim como outros riscos derivados desse potencial novo modelo, incluindo as mudanças para atender as novas demandas regulatórias, para proteger a base de clientes e conquistar novos.
- Normas para combater e prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo (PLD/FT) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou uma nova resolução que amplia as medidas que tratam desse programa sendo aplicável às companhias que prestam serviços de distribuição, custódia, intermediação ou administração de carteiras, além de outras entidades que prestem serviços relacionados ao mercado mobiliário.
Essa resolução versa, especialmente, sobre a inserção da Abordagem Baseada em Risco como principal ferramenta de controle.
- Hackers, regulações e transformações – perspectivas sobre o futuro de cyber – Os ataques cibernéticos estão cada vez mais frequentes e mais elaborados, atingindo organizações de praticamente todos os setores e portes. Se os controles relacionados à cibersegurança das empresas não estiverem preparados para enfrentar toda uma nova geração de ataques cibernéticos, os estragos que estão por vir podem ser imensuráveis.
- Agenda tributária – O ano de 2022 pode trazer mudanças importantes no ambiente tributário em função de prováveis aprovações da reforma tributária, os efeitos de ações judiciais de grande repercussão e a correlação entre os pilares ESG e a agenda tributária. É preciso entender a abrangência de cada decisão, bem com as consequências para as operações.
- Retorno aos acionistas versus ativismo dos stakeholders – Enquanto para os stakeholders a premissa é implementar as iniciativas, pois elas trarão resultados positivos automaticamente, para os acionistas é preciso ter foco nos resultados, sem deixar de lado as responsabilidades da corporação com relação aos aspectos ambientais e sociais. O desafio está em saber equilibrar os custos e os investimentos derivados dessas iniciativas com o retorno esperado pelos acionistas.
- Fonte e mais informações: (https://home.kpmg/br).