O consumo nos lares brasileiros manteve trajetória positiva de crescimento e encerrou 2021 com alta acumulada de 3,04%. O índice é monitorado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Os indicadores já foram deflacionados pelo IPCA. O monitoramento mensal do consumo nos lares abrange todos os formatos operados pelo setor supermercadista, como lojas de vizinhança, minimercados, supermercados, hipermercados, atacarejos e e-commerce (comércio eletrônico).
De acordo com o vice-presidente institucional da Abras, Marcio Milan, para 2022, espera-se crescimento de 2,8% no setor. “Esperamos manter esse crescimento em função da Renda Brasil, que vai se estender por todo o ano, com valor constante, e com maior quantidade de pessoas no consumo. Outro ponto é a sinalização de baixas [nos valores] de alguns produtos, um fator positivo”, disse.
Ele destacou ainda a recuperação dos dissídios coletivos, que vai influenciar na retomada do setor. “E, quando olhamos o mês de janeiro, o IPCA é 0,54%, é sinalização, é indicativo de que haverá redução da inflação”, acrescentou. Para Milan, o resultado do ano passado foi positivo por causa da mudança nos hábitos de compra do consumidor, cuja renda ficou menor devido à pandemia de covid-19.
Milan ressaltou que os consumidores optaram por marcas mais baratas em 2021 e disse acreditar que se mantenha neste ano a tendência de substituir produtos mais caros pelos de preço mais baixo. O executivo lembrou que isso começou a ser observado em 2021, quando novas marcas entraram nos supermercados e a preferência do consumidor recaiu sobre produtos mais baratos, “em função do bolso estar mais restrito”.
O consumidor trocou de marca, saindo do produto premium para o médio e do médio para o baixo, explicou Milan. “É a tendência que identificamos e vamos monitorar todos os meses e que deve se manter por um período ainda nos próximos meses” (Abr).