A Febraban lançou o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro. Desenvolvido em cooperação técnica com o Banco Central, e apoio dos bancos associados à Federação, membros do Sistema Financeiro Nacional e acadêmicos que estudaram os mais respeitados protocolos internacionais sobre o tema, o I-SFB/Febraban surgiu a partir da mais abrangente pesquisa já realizada no país sobre o tema.
O novo indicador se destina aos que têm vida financeira ativa, especialmente àqueles que querem melhorar sua saúde financeira, incluindo todos os cidadãos, empresas e entidades que apoiam e investem em educação financeira. Permite um diagnóstico individual para identificar vulnerabilidades e personalizar estratégias de educação financeira. Além disso, proporciona uma análise agregada da vida dos brasileiros, contribuindo, assim, para o aperfeiçoamento de políticas públicas e de ações privadas.
Com esse diagnóstico, o indivíduo pode avaliar o que é capaz de fazer para melhorar suas finanças pessoais e aumentar sua saúde financeira. Pode também mensurar sua saúde financeira ao longo do tempo e compará-la com a média brasileira. Em linhas gerais, o conceito de saúde financeira compreende:
• Ser capaz de cumprir as obrigações financeiras correntes
• Ser capaz de tomar boas decisões financeiras
• Ter disciplina e autocontrole para cumprir objetivos
• Sentir-se seguro quanto ao futuro financeiro
• Ter liberdade de fazer escolhas que permitam aproveitar a vida.
Para saber seu índice, basta entrar no site (indice.febraban.org.br) e responder um questionário curto e simples. Em seguida, o usuário pode salvar suas informações. Pode ser feito de forma anônima e gratuita por qualquer pessoa.
O I-SFB é medido a partir de um questionário que permite calcular uma pontuação que vai de 0 a 100. Com esse número em mãos, a pessoa verifica em que nível de saúde financeira está, em uma classificação que vai de ruim a ótima.
. Modelo Brasileiro – “A educação financeira é um instrumento fundamental para as pessoas, para a sociedade, para o setor bancário e, principalmente, para a economia brasileira do século 21. Já há consenso de que ter cidadãos com maior consciência, orientação, informação e engajamento em torno de sua vida financeira tem efeitos positivos para todos os setores econômicos”, diz Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Tendência mundial, o índice já foi implantado em países como Estados Unidos, Escócia e Cingapura. Fundamentados em protocolos internacionais, a Febraban e o Banco Central analisam o tema desde 2017. O meticuloso processo reuniu, no último ano, um grupo de mais de 70 especialistas – das áreas bancária, acadêmica, integrantes do Sistema Financeiro Nacional como o setor cartão de crédito, birôs de crédito, empresas de leasing, especialistas em educação financeira e planejadores financeiros – que estudaram os mais respeitados conceitos sobre o assunto.
Assim foi criado um indicador totalmente ajustado à realidade brasileira, que aponta um retrato da saúde financeira alcançando as dimensões de habilidade, comportamento, segurança e liberdade financeira. A maior diferença do modelo brasileiro para os internacionais está na importância da base socioeconômica da população, o que tem influência tanto no sentimento de segurança financeira, como também na habilidade para se informar e na capacidade de se engajar em bons comportamentos.
Por exemplo: uma pessoa organizada, que controla suas contas e tem conhecimento e disposição para poupar, pode não ter dinheiro sobrando no fim do mês devido à realidade de seu dia a dia. O I-SFB leva tudo isso em conta.
O índice tem 18 perguntas e é medido por meio de 15 obrigatórias. Há outras três questões opcionais, caso se queira ter a informação adicional sobre a autopercepção do entrevistado.
. Pesquisas – Para sua implementação foi feita a pesquisa mais abrangente sobre a vida financeira do brasileiro de todas as classes socioeconômicas, nas cinco regiões do país. Resultado: o índice médio de saúde financeira do brasileiro adulto é de 57 pontos, numa escala que vai de 0 a 100. Assim, todos os brasileiros poderão medir sua saúde financeira, compará-la com as de pessoas em situação parecida e saber o que fazer para melhorá-la.
Em fevereiro e março começaram os testes cognitivos, ou seja, entrevistas em profundidade com jovens e idosos, inadimplentes e investidores, classes econômicas alta a baixa para avaliar a compreensão do questionário do índice. Depois, em julho e agosto, foi a vez do pré-teste nacional com mais de 500 pessoas com representatividade nacional, para entender como cada protocolo, cada questão e a combinação desses itens funciona no contexto brasileiro.
Por último, de setembro a novembro, foi feita a pesquisa, por telefone, com 5.220 entrevistados, na qual foi possível obter uma amostra do brasileiro maior de 18 anos. Dessa média de 57 pontos para baixo, há uma área de maior estresse financeiro. Quando o I-SFB sobe, o estresse dá lugar à sensação progressiva de bem-estar financeiro. A pesquisa identificou a quantidade de brasileiros em cada faixa de classificação do I-SFB:
O padrão das respostas revela pessoas que lutam por uma vida financeira estruturada para fechar as contas do mês e a difícil missão que é ter reservas para as emergências. Os entrevistados apontam a necessidade de mais informações sobre finanças, incertezas quanto à maneira como lidam com o dinheiro e insegurança quanto ao futuro. Em resumo, a situação dos brasileiros pesquisados:
• A grande maioria paga suas contas, mas vive um limite justo entre renda e gastos
• Raramente sobra dinheiro no fim do mês
• Convivem com estresse por causa dos compromissos
• Poucos se sentem capazes de reconhecer um bom investimento
• Poucos conseguem perceber quando precisam de orientação sobre como lidar com seu dinheiro
• Sentem que não estão garantindo o futuro financeiro
• Admitem que outro jeito de lidar com o dinheiro permitiria aproveitar melhor a vida
O retrato dessa pesquisa é indicativo de que ferramentas de diagnóstico como o I-SFB, junto com educação financeira, podem ser aliados desse brasileiro no alcance de uma vida com menos estresse e melhor bem-estar financeiro.
Fonte e mais informações: (www.indice.febraban.org.br).