O Open Finance teve seu início no último dia 15 de dezembro com a integração de vários serviços, entre eles o de investimentos. A principal proposta de valor do Open Investment é possibilitar que o investidor visualize o seu portfólio em um único canal de sua preferência. De acordo com Jamiu Antunes, sócio-líder de estratégia e transações para serviços financeiros da EY, o sistema de investimentos aberto cria um ambiente inédito.
“Os objetivos são promover a concorrência, a transparência de preços e amplificar a oferta de produtos e serviços financeiros para os clientes; incentivar a inovação e o dinamismo ao sistema financeiro; propiciar ao público de varejo e às pequenas e médias empresas acesso a mais opções de produtos e serviços, com menos custos e mais agilidade; e aumentar a inclusão financeira e o poder de negociação do investidor”, explica.
Neste primeiro momento, dados de produtos e serviços de investimentos serão disponibilizados pelas instituições participantes. A partir de 31 de maio de 2022, os clientes poderão autorizar que seus dados de investimentos sejam compartilhados. Para Antunes, esse movimento vai permitir análises que aprimorem as decisões dos clientes, o desenvolvimento de produtos e serviços mais sofisticados e o empoderamento dos clientes nas negociações de taxas, por exemplo.
Os produtos que farão parte do Open Investment são ações, debêntures, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), RDBs (Recibos de Depósito Bancário), LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente), cotas de fundos de investimento, cotas de fundos de índices listados em bolsas de valores, títulos públicos do Tesouro Direto, CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio, respectivamente).
Todo o processo do Open Finance, que inclui o Open Banking, Open Investment e Open Insurance, é supervisionado pelo Banco Central, que regula e fiscaliza práticas dentro do sistema, contando também com instituições parceiras. No Open Investment, entre as instituições que ajudam a promover a segurança está a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro (Anbima).
Além disso, para participar do Open Finance, as instituições precisam disponibilizar interfaces chamadas APIs (Application Programming Interfaces), em tradução livre, Interfaces de Programação de Aplicativos. São recursos utilizados mundialmente para a comunicação entre softwares na internet, não sendo algo exclusivo à implementação do Open Finance. Eles atuam como ponte entre sites e aplicativos, por exemplo.
Para entender: quando o usuário acessa um site e é possível realizar o cadastro por uma rede social, isso é possível porque as APIs conversam entre si e compartilham informações, como nome, documento, data de nascimento etc. Como o Open Finance envolve sistemas diferentes de diversas instituições, a padronização das APIs facilita a integração entre esses sistemas para a requisição e o acesso de forma rápida, segura, precisa e simples aos dados consentidos pelo consumidor. Devido ao uso dessa tecnologia, não há base centralizada de dados no Open Finance (Agência EY).