Antonio Glup (*)
Todos os dias, nos deparamos na imprensa com casos de falsificação de cédulas de identidade, cadastros de pessoa física, passaportes, carteiras e certidões. Seja para a contratação de um serviço, uma compra online ou simplesmente para uso em outra fraude. Esse tipo de crime, que acontece tanto no ambiente físico quanto no online, é uma realidade no País.
Estudos recentes mostram que, no Brasil, há cerca de 16 milhões de documentos adulterados em circulação. Por isso, o investimento em processos de validação e autenticação documental deve fazer parte da estratégia do negócio. O cenário ideal é que você contrate um parceiro que seja referência em documentoscopia e grafoscopia e que tenha experiência comprovada pelo mercado para mitigar a ação dos criminosos.
Mas, quero me ater a sete técnicas e procedimentos que ajudam a identificar se um documento é verdadeiro ou não:
1). – Atenção às características – Nosso país é imenso, populoso e repleto de documentos com características diversas. Por exemplo, há milhares de formatos diferentes no RG, o registro pessoal mais comum do brasileiro. Por isso, o ideal é se atentar aos itens de segurança do órgão responsável pela emissão e redobrar a atenção durante o fluxo de análise, observando:
• o papel ou plástico utilizado;
• o posicionamento e tamanho dos brasões e chancelas;
• os dados de idade, órgão de expedição e numeração;
• a fotografia e as assinaturas;
• as marcas d’águas, cores, selos, hologramas, impressões em relevo e adesivos metalizados.
2). – Invista em tecnologia – Soluções como luz negra, lanternas e máquinas de iluminação ultravioleta, permitem uma identificação rápida de fraude em documentos físicos, ainda que não sejam perceptíveis aos nossos olhos. Outras inovações importantes são o OCR (Optical Character Recognition ou “reconhecimento ótico de caracteres”), que agiliza o processo de extração dos dados e a biometria.
Esta tecnologia, aliada a regras e padrões, ferramentas de reconhecimento facial e face match (comparação de fotos e selfies) e a mecanismos de IA (Inteligência Artificial) permitem até identificar que o documento pode ser verdadeiro, mas quem está tentando fazer um cadastro com ele não é o seu titular.
3). – Questione o suposto titular – Outra excelente tática é, se estiver presencialmente ou ao telefone com a pessoa, perguntar sobre o local de emissão do documento, a data de nascimento e naturalidade, os nomes do pai/mãe e o signo, por exemplo. Se houver qualquer tipo de dúvida, já sinalize. Nesses casos, a desconfiança sempre é aliada da segurança, tendo em vista que a imensa maioria das pessoas sabem de cor e salteado tais informações.
4). – Solicite mais de um documento – Sempre que puder, também solicite outros documentos para análise. Assim é possível comparar fotos, assinaturas e demais informações. Essa técnica ajuda a ter mais clareza na procura por divergências, trazendo mais segurança para o processo de validação.
5). – Consulte os antecedentes e cruze dados – Há diversas fontes de dados gratuitas, onde é possível consultar e cruzar informações do responsável pelo documento. No site da Receita Federal, por exemplo, é possível validar o CPF, o nome do Portador e a Data de Nascimento. No do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é possível ratificar a validade do nome do portador e data de nascimento.
6). – Treine seu pessoal – Por mais assertivas que as ferramentas de hoje em dia sejam, elas não conseguem avaliar toda a diversidade de documentos válidos no Brasil. Uma equipe bem treinada para avaliar a documentação que os sistemas computacionais não conseguem, faz toda a diferença. Além de barrar possíveis fraudes, também liberam para bons negócios os casos que são apenas anomalias e não fraudes.
7). – Tenha um parceiro confiável e especialista em fraudes documentais – Algum especialista nesta atividade pode agregar muito valor ao seu negócio. Com a parceria com quem entende do assunto, você pode focar na sua atividade principal e ficar tranquilo quanto às fraudes, pois elas serão em muito minimizadas.
As práticas usadas na falsificação de documentos são diversas e todos os dias fraudadores estão criando métodos para burlar a validação. Por isso, reforço que o ideal é contar com um parceiro que cuide dessas questões para a sua empresa.
(*) – É head de análise documental do Grupo New Space.