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Shopping ou E-commerce? Dados mostram que a loja física ainda vale a pena

em Destaques
terça-feira, 09 de novembro de 2021

Não é novidade que o comércio eletrônico teve um grande crescimento nos últimos dois anos. Impulsionados pela pandemia, os e-commerces viram seus números saltarem 68% em relação ao ano anterior, de acordo com a ABComm, enquanto a maior parte do comércio offline teve que fechar as portas por um longo período.
Alguns conseguiram se adaptar, muitos faliram, mas agora com o afrouxamento das medidas de prevenção e o retorno das pessoas às ruas, o setor começa a recuperar o fôlego com crescimento de 10,1% no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, segundo o Indicador de Atividade do Comércio (IAC) do Serasa Experian.

Nosso subconsciente nos diz que é muito mais caro manter um comércio físico, por conta do custo de operação, funcionários e todos os gastos que uma estrutura demanda, mas no e-commerce também há gastos com estrutura, além de exigir mais verba com mídia e logística reversa. A Spot Metrics, empresa de inteligência de dados e CRM, levantou alguns dados que pudessem esclarecer de vez essa dúvida, ou pelo menos contextualizar os custos efetivos de cada uma das modalidades.

Na loja física, como em shoppings, os comerciantes precisam arcar com aluguel, condomínio e um fundo de promoção, que é utilizado para ações de marketing, por exemplo, para atrair mais público. A soma desses valores é chamada de Custo Total de Ocupação (CTO), e gira em média entre 9% e 12,6% do faturamento, de acordo com o site de algumas das maiores administradoras de shoppings do Brasil (brMalls, Aliansce Sonae e Multiplan).

“Quando comparamos o CTO com os marketplaces, muitas vezes os custos de uma loja física acaba sendo menor, porque as plataformas cobram uma porcentagem sobre os valores dos produtos vendidos e em alguns casos também taxas fixas para o empreendedor poder comercializar naquele canal”, explica o especialista em inteligência de dados para o varejo físico, Raphael Carvalho, CEO da Spot Metrics.

No e-commerce, à primeira vista, temos a vantagem de não nos preocuparmos com os mesmos custos de um estabelecimento físico, apesar de invariavelmente precisar armazenar o estoque em algum lugar, mas é necessário investir mais em propagandas online e promoções.

A situação também é diferente para quem ainda não tem uma marca muito reconhecida e com um e-commerce próprio, porque as vendas precisam ser feitas por meio de marketplaces consolidados, como Americanas, Amazon, Mercado Livre e Magalu, que cobram uma taxa de 14% a 20% dos valores dos produtos, superando o CTO do shopping.

De acordo com um levantamento da Simon Properties, uma das maiores administradoras de shoppings do mundo, enquanto as visitas em sites convertem apenas 3% em compras, em um estabelecimento físico, de 20% a 30% dos visitantes compram algum item, sendo que as cestas de produtos da loja física pode ter um ticket médio até 3x maior.

“Nesse sentido, podemos dizer que investir em uma loja física seria mais vantajoso. O vendedor não precisaria se preocupar com verba de marketing online, porque esse custo já está incluído no CTO e apesar das campanhas que o shopping realiza para atrair mais clientes, as pessoas já irão ao shopping. O desejo da experiência física ainda – e sempre – vai continuar existindo”, acrescenta o especialista.

A pesquisa mostrou também que há uma hiper rotatividade entre os e-commerces. Ao mesmo tempo que muitas novas lojas online surgem, muitas outras, em média 65%, falem em 18 meses. Em 5 anos, o percentual chega a 90%. Outro ponto a se observar é que nos sites, as devoluções podem chegar até 40%, baseadas na Lei do Arrependimento, demandando uma estrutura, e um custo, de logística reversa.

Essa demanda já não existe no offline, porque o cliente compra em plenas condições, podendo ver e tocar o produto para ter certeza de sua escolha. “Acredito que a melhor estratégia seja atender o consumidor no canal que este achar mais conveniente. No fim das contas, uma operação coordenada em várias frentes acaba sendo necessária para conquistar diversos perfis no mercado”, finaliza Carvalho. Fonte e mais informações: (www.spotmetrics.com).