Marcelo Nobrega (*)
Quando falamos em economia positiva nos Recursos Humanos, além do olhar sobre a sinistralidade dos planos de saúde, que é uma conta mensurável e visível no demonstrativo de resultados, uma força de trabalho cujo bem-estar é relegado a segundo plano apresentará turnover e absenteísmo mais altos. Esses custos não são diretamente mensuráveis, daí serem de tão difícil administração.
O custo mais difícil de se medir, porém, é o do presenteísmo. Presenteísmo é quando a pessoa está no local de trabalho, mas não produz tudo o que pode. Isso pode ocorrer por diferentes motivos, desde a falta de atenção ou treinamento adequado ou por não estar física ou psicologicamente bem.
Um quadro de pessoal doente falta mais. Alguns custos do absenteísmo são: redundância no quadro para fazer frente a faltas inesperadas, produtividade reduzida do profissional que cobre o faltante, tempo do gerente para administrar a substituição. Muitas vezes, um funcionário ausente significa clientes não atendidos e, portanto, redução de vendas.
Estima-se que o custo de se substituir um trabalhador de bom desempenho seja equivalente a 18 meses do seu salário. Imagine o quanto isso soma em empresas que têm turnover de 60%. Algumas empresas chegam a ter 100% da equipe trocada ao longo de um ano! Imagine o que isso representa em custos de recrutamento, onboarding e treinamento. E o que isso pode custar à reputação da empresa.
O custo com saúde é alto e crescente no Brasil. E o modelo existente não indica que haverá qualquer mudança nesse quadro. A questão é que ele sofre reajuste acompanhando a inflação médica e a inserção de novos procedimentos, exames e especialidades nas coberturas. A fórmula desse reajuste é uma “caixa preta” e, normalmente, há pouco espaço de manobra para as empresas tomadoras do serviço.
Na prática, resta pouco a fazer a não ser negociar com a prestadora ou sair em busca de um fornecedor mais barato. Além disso, a sinistralidade, na falta de gestão, pode representar despesas extras importantes. Nem todos se dão conta, mas os cuidados com a saúde baixam os custos das empresas de maneira bem mais ampla do que apenas com o plano de saúde. A empresa pode usar dados para entender a causa dos principais ofensores e tomar medidas de mitigação, como programas de prevenção, reengenharia de processos, ergonomia de instalações e equipamentos.
A queda de produção pelo presenteísmo pode ser em função de um mal-estar temporário: resfriado, dor de cabeça, alergias, gripes, fadiga, falta de sono, ressaca… No entanto, esses males podem ser apenas sintomas de maus hábitos e doenças mais sérias. Ações preventivas ou educativas, como as inseridas na jornada do trabalhador pela HSPW (Healthy and Safe Place to Work), podem reduzir muito essas situações.
A plataforma mede e acompanha a saúde integral (física, mental, financeira e organizacional) dos colaboradores, por meio de uma robusta ciência de dados e inteligência artificial. Ações preventivas, campanhas educativas, descontos em farmácias, médicos nas instalações da empresa, proximidade das lideranças. É sobre isso que precisamos falar. Existem sintomas que se “autoalimentam”.
A falta de sono pode ser resultado de dívidas financeiras. Não adianta nada recomendar/falar da importância de boas noites de sono, se o funcionário não consegue sair do cheque especial. Não dá para se calcular o prejuízo causado pelo presenteísmo. Empresas possuem contas milionárias de manutenção de maquinário. Por que não também fazer a “manutenção preventiva” das pessoas?
Por meio de ferramentas inteligentes, com uma equipe de profissionais sérios e preparados, é possível reduzir significativamente a sinistralidade do plano de saúde e o presenteísmo causado por doenças e mal-estar. Consegue-se isso com dados para entender a causa raiz e criar programas de prevenção e educação para os principais ofensores e usuários. Normalmente, os programas são de baixo custo e podem ser implementados com pessoal próprio da empresa.
Com a HSPW, a partir de três meses, já se observam reduções importantes do absenteísmo. É uma plataforma única, que aponta a causa raiz do/s problema/s de saúde do colaborador, sejam eles relacionados ao “universo” físico, mental, financeiro e/ou comportamental. Ao apontar esta causa para o colaborador e para a empresa, ela também ajuda na resolução, ao oferecer uma rede de serviços de saúde associados.
(*) – É Conselheiro para Inovação e Soluções em Recursos Humanos da HSPW (Healthy and Safe Place to Work) – (www.linkedin.com/in/nobregamarcelo/).