Inúmeras pesquisas feitas por institutos e especialmente pelo Sebrae apontam que os dois principais problemas responsáveis pelo alto índice de fechamento das pequenas empresas no Brasil são: falta de capital e baixa capacidade de gestão dos empreendedores. Os dados são preocupantes, pois 25% dos negócios abertos no País não completam um ano de vida e 90% não chegam ao quinto ano de atividades.
Para minimizar, ou eliminar, as chamadas “dores” que os pequenos empreendedores sentem ao administrar seus negócios, a iCertus, startup e fintech curitibana que dispõe uma plataforma para gestão de negócios, além de disponibilizar meios financeiros para empresas, está lançando uma campanha para ajudar empresários a eliminarem os “achismos” no dia a dia de seus empreendimentos.
Fábio Ieger, CEO da iCertus, aponta que os pequenos industriais que mais sofrem com essas “dores” são os MEI – Microempreendedores Individuais. “Eles vivem o dilema de ter de ‘bater o escanteio e ir para a área cabecear’. O MEI precisa fazer todas as operações, comprar, vender, às vezes até produzir e entregar o produto para o cliente, ficando sem tempo para organizar e acaba não tendo a visão da gestão da empresa dele”, avalia.
Para facilitar a vida desses empreendedores, a iCertus disponibiliza sua plataforma de gestão gratuitamente para todos os MEI, micro e pequenos industriais que emitem até 20 notas fiscais mensais. Segundo Ieger, as “dores” do pequeno empreendedor começam pela falta de um planejamento de compras. “No processo de produção, ele descobre que faltou um parafuso.
Como ele não tem esse item em estoque, precisa parar a linha e vai comprar aonde está acostumado e, não necessariamente, é o local mais barato. O empresário precisa ter em mente a necessidade de fazer cotação para compra de insumos, bem como fazer uma organização de peças para saber exatamente o momento que seja necessária uma substituição para evitar que a produção fique parada”, exemplifica.
. Desperdício de material – Outra “dor” que o CEO da iCertus aponta e causa prejuízos é o desperdício de material e falta de controle sobre a mão de obra, porque o empreendedor não entende que o custo do produto não é só matéria-prima, mas também as despesas com pessoal. “É comum o funcionário estar com problemas pessoais e diminuir a produtividade por conta disso.
Como ele não está concentrado, começa a ‘matar peça’, quer dizer, faz um corte errado e o material todo acaba indo para o lixo. E o desperdício não está só na peça que foi descartada, mas também no custo da máquina que trabalhou e foi perdido, ou seja, retrabalho. Então, essa gestão de produção, de tempo, de processo, é uma dor muito forte e que se reflete no financeiro”, aponta Ieger.
. Operação de venda errada – Outro problema é a falta de conhecimento do empresário para a formação do preço do produto. O o pequeno empreendedor costuma fazer uma conta simples colocando apenas o custo com matéria-prima e soma essa despesa ao preço final de venda, por exemplo, 50 reais de insumos + R$ 50 de “lucro” = R$ 100 no preço do produto.
Entretanto, ele não considera despesas fixas para a composição do custo, como aluguel, salários, 13º e férias dos funcionários, energia elétrica, impostos e, no final, o produto foi vendido por 100, mas custou 110 ou 120. A gestão de custos para precificação é fundamental na gestão, porque ela impacta o controle sobre as finanças.
. Falta de controle sobre as finanças – Uma das grandes “dores” da operação da empresa é o próprio dono. É muito comum o pequeno empreendedor misturar as contas pessoais com as do negócio, fazendo com que ele tire dinheiro demais e não deixando o empreendimento prosperar. Ele paga o aluguel da casa, a escola dos filhos, usa o cartão de crédito empresarial para gastos pessoais como alimentação, viagens e não discrimina essas despesas separadamente.
Não é problema usar o dinheiro da empresa para pagar contas pessoais, mas o empresário não pode deixar de controlar esses gastos. Se ele recebe um salário de R$ 5 mil, mas faz uma retirada de R$ 20 mil porque comprou um carro novo e colocou na conta da empresa, está errado! É muito importante ter essa visão.
. A empresa é uma carroça e Finanças é o cocheiro – É o cocheiro quem está com as rédeas nas mãos. É Finanças quem vai orientar Compras a adquirir matéria-prima a prazo, senão a organização não vai ter dinheiro para pagar; vai orientar a Produção a entregar o pedido o mais rápido possível para poder receber logo e estimular Vendas a diminuir os prazos porque o dinheiro está acabando. Portanto, é o financeiro quem faz a empresa girar. E normalmente é a operação que ninguém conhece e o negócio acaba indo para o buraco.
Segundo o CEO da iCertus, quando uma empresa tem os números nas mãos, consegue antever que está indo para o buraco e contornar os problemas. “Existe um processo chamado fluxo de caixa que é uma ferramenta simples em que é colocado o quanto o negócio tem para receber e o quanto tem para pagar. Isso dá uma projeção de saúde financeira até o final do mês”, ensina Ieger.
A partir dessa previsão, a empresa começa a se mobilizar para entregar os pedidos, Vendas tentar fazer alguma venda à vista para entrar dinheiro para suprir a necessidade de caixa e Finanças pode tentar renegociar um contrato com um fornecedor redividindo o pagamento em 30, 60 e 90 dias. “Existem N alternativas que ele pode fazer. O detalhe é que ele precisa de informação. Sem dados, ele não consegue tomar decisão. – Fonte e outras informações: (www.icertus.com.br).