Com a recuperação do setor de serviços, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou de 5,1% para 5,8% a expectativa de crescimento do volume de receitas do segmento em 2021. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de junho, divulgada pelo IBGE. Confirmada a previsão, será a maior taxa de crescimento do setor desde o início da pesquisa (2011), mas ainda insuficiente para compensar as perdas do ano passado.
A pesquisa mostra que o volume de receitas do setor de serviços teve crescimento mensal de 1,7% em junho. Com este avanço, o setor atingiu o maior índice mensal de receitas desde maio de 2016. “O avanço da vacinação no País foi o principal determinante para que o setor conseguisse apresentar crescimento e voltasse a recuperar sua atividade econômica”, aponta o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
O setor de serviços foi o último a se recuperar da recessão de 2015 e 2016 e o mais atingido pela crise sanitária atual. Os cinco grupos de atividade revelaram avanços em junho, destacando-se os serviços de informação e comunicação (+2,5%), que alcançaram naquele mês o maior volume de receitas dessa pesquisa. Em seguida, sobressaíram as taxas de variações nos segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (+1,7%) e nos serviços prestados às famílias (+8,1%).
Turismo pode avançar 18,2% no ano
As perdas do turismo recuaram pelo terceiro mês consecutivo e tendem a se reduzir à medida que o processo de vacinação se amplie, mas a recuperação do setor deve ocorrer de forma mais lenta. O volume de receitas dessas atividades ainda se encontra 22,8% abaixo do registrado em fevereiro de 2020. Em junho deste ano, o setor perdeu R$ 19 bilhões, acumulando, desde o início da crise sanitária, um total de R$ 395,6 bilhões.
“A expectativa para os próximos meses segue favorável, na medida em que o desconfinamento da população fique mais evidente e a recuperação econômica da segunda metade do ano comece a ser capturada pela pesquisa. Seja no segmento de serviços ou específico do turismo, essa pode se apresentar como a maior taxa de crescimento da série histórica”, aponta o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes (Gecom/CNC).