Vivaldo José Breternitz (*)
Nestes dias em que parte do Brasil sofre com um frio incomum, que em alguns países da Europa a temperatura chega a 50 graus e que grandes incêndios geram destruição e mortes nos Estados Unidos e Canadá, é impossível não levar a sério o relatório do Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU.
O documento traz previsões sombrias para todas as regiões do mundo, geradas principalmente pelo aquecimento global: o nível do mar pode subir até dois metros até o final deste século, tempestades violentas, secas e ondas de calor podem causar enormes danos – enfim, há um rol de problemas graves muito próximos.
Aqui no Brasil os impactos seriam sentidos em praticamente todo o país: a elevação do nível do mar pode varrer do mapa cidades inteiras, as secas e ondas de calor prejudicariam a agricultura e a pecuária, que hoje são áreas que tem sustentado nossa economia e inundações trariam destruição e o caos às zonas urbanas.
Segundo disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, “se unirmos forças agora, podemos evitar a catástrofe climática. Mas, como o relatório deixa claro, não há tempo para delongas e nem espaço para desculpas”.
A diminuição da emissão de gases que geram o efeito estufa, causada principalmente pela queima de carvão e derivados de petróleo é a principal providência a ser tomada. Para que isso aconteça, é fundamental que passemos a utilizar mais fontes de energia limpa, como a solar e a eólica, especialmente na indústria, nos transportes e em nossa vida cotidiana.
A educação, como forma de deixar claro o que nos acontecerá se não fizermos o que é necessário, e o combate ao negacionismo, também são muito importantes.
(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.