A era digital e o mundo em constante mudança estão alterando as formas das empresas administrarem seus negócios, fazendo emergir novos paradigmas de gestão da inovação, a chamada inovação 4.0. Fortificada pela crise global de 2020, o conceito forçou as empresas a amadurecerem, sendo mais proativas e correndo mais riscos a fim de acelerar esse processo de inovação para sua sobrevivência.
Além disso, uma comunidade de grandes empresas está envolvida nessa discussão, já que segundo um estudo realizado em 2020 pela Boston Consulting Group, mais de 40% das empresas grandes estudadas foram consideradas líderes de inovação. Um levantamento realizado pela Troposlab indica que o trabalho remoto, as estruturas organizacionais e comportamentais das empresas, novas tecnologias e comprometimento socioambiental são os principais fatores de transformações em inovação nas organizações atualmente.
“As tendências são como apostas do mercado, muitas delas acabam não permanecendo durante muito tempo. Por isso, é importante que as instituições consigam analisar o que ela está gerando de valor para ser mantida. Existe uma seleção natural com processos comportamentais necessários para estabelecer novas tecnologias, produtos e conceitos. Eles permanecem se aportarem valor o suficiente para serem sustentados pelos novos comportamentos necessários”, analisa Renata Horta, Sócia-fundadora e Diretora de Inovação da Troposlab.
Durante a pandemia, as empresas aprenderam que existe outra forma de se trabalhar: dentro de casa. Barreiras foram rompidas e mostraram que o trabalho pode ser muito mais remoto, o que impactou a gestão da inovação, a cultura e o relacionamento dentro de uma empresa. Já não é possível se encontrar com outros colaboradores para a criação de um projeto, por exemplo.
É preciso repensar processos e estruturas, o que se perde e o que se ganha, pois a mudança para o remoto deixou de ser passageira para permanente em muitos casos. Boa parte das grandes empresas passaram por mudanças de estrutura radicais nos últimos meses, planejadas ou não. Agora, elas estão planejando novos ambientes de trabalho com muita pressa, promovendo disrupção em suas bases organizacionais, buscando novos e mais dinâmicos formatos.
Com poucos modelos a seguir, esse caminho será repleto de ajustes nos próximos anos, implicando novas mudanças na estrutura. Surgirão novos processos de inovação, novas ferramentas de gestão, desafios de engajamento e priorização. A pauta ESG é um dos assuntos mais importantes do setor corporativo nos últimos anos e está revolucionando o mundo dos investimentos.
O termo compreende um conjunto de ações que empresas devem tomar sobre meio ambiente, sociedade e governança corporativa para serem consideradas responsáveis e preocupadas com as questões sócio-sustentáveis que permeiam a atualidade. De acordo com o Global Impact Investing Network, em 2020 só na América Latina e Caribe um crescimento de 47% no crescimento do investimento de impacto.
Empresas, tradicionais ou não, que estão se comprometendo com pautas socioambientais têm se tornado mais atrativas para fundos de investimentos e também para a nova geração de consumidores, que estão mais ligados à responsabilidade e ao impacto social. Aplicada a todos os contextos, da medicina à indústria, ainda sem atingir todo o seu potencial, a inteligência artificial já demonstrou seu valor.
Dada a importância na geração de vantagem competitiva sustentável, muitas empresas entendem que desenvolver sua própria inteligência artificial agora faz parte do negócio, já que é possível pensar em um roadmap de aplicações e geração de valor por meio dessa tecnologia.
Além disso, a tecnologia Blockchain vem ganhando cada vez mais destaque. Menos discutida no Brasil, seu impacto potencial vem sendo comparado com o da própria internet, dado o potencial de gerar novos ecossistemas de negócios e sua capacidade de levar a um nível de descentralização a outros patamares.
A junção de várias tecnologias que deram saltos nos últimos anos, como inteligência artificial, nanotecnologia, novos materiais, entre outros, com a biologia possibilitam novas descobertas e processos e a proliferação de laboratórios em uma alta velocidade. Mesmo empresas que não trabalham diretamente com biotecnologia podem ser impactadas, pois o perfil de seus clientes pode ir de encontro à essa tecnologia.
Por isso é necessário que instituições, por meio das suas áreas de inovação, monitorem a sua evolução e possíveis aplicações. A educação é um processo de manipulação comportamental, assim como todo produto e serviço também podem ser, mas isso têm se tornado cada vez mais intencional e sofisticado. A Psicologia em conjunto com a Inteligência Artificial podem viabilizar novos modelos de negócio ou vantagens competitivas.
Portanto, as empresas precisam começar a avaliar como o comportamento é um limitador ou acelerador dos processos de inovação e como eles impactam as novas tecnologias desenvolvidas. Porém, ao entrar nesse debate, é preciso um grande cuidado com a ética. Discutir e delimitar as fronteiras éticas da Inteligência Artificial, manipulação comportamental e outras tecnologias se torna uma questão de negócios. Fonte e outras informações: (www.troposlab.com).