831 views 6 mins

Criptomoedas – modinha ou tendência?

em Economia da Criatividade
quinta-feira, 03 de junho de 2021

Percorremos apenas 20% deste século e temos certeza de que ele promete mudanças cada vez mais rápidas em nosso cotidiano. A internet 2.0 já ficou no passado, a indústria já está no 4.0, os sistemas de comunicação na quinta geração (5G). Algumas das maiores empresas do planeta eram bebês na virada do século. A revolução silenciosa que essas empresas provocaram está apoiada em Tecnologia da Informação e Comunicação, conhecida pela sigla TIC.

Em 2000, a Amazon era uma menina de 6 anos, ainda não remunerava seus acionistas, e a Google havia nascido apenas dois anos antes. As outras empresas que vou citar aqui, nem haviam sido criadas: a Tesla foi criada em 2003, o Facebook em 2004, o AirBnb em 2008, a Uber em 2009, junto com o WhatsApp e o ifood surgiu em 2011.

Quem sabe quem serão as próximas? É certo que estas jovens empresas desbancaram as gigantes do século passado em muito pouco tempo e atingiram valores de mercado muito maiores do que suas predecessoras. As próximas maiores empresas do mundo já estão operando, timidamente ainda, provando seus modelos de negócio, criando demandas e mercados, reinventando maneiras de se fazer as coisas, resolvendo antigos problemas, e – por que não? – buscando soluções para problemas do futuro.

Uma das áreas que está em ascensão e que tem ocupado espaço crescente na mídia, nas redes sociais, e nos negócios é a de FinTechs. Esse rótulo é dado às empresas que surgem com propostas inovadoras para o mercado financeiro e muitas delas já incomodam as empresas tradicionais do setor. Elas atuam em diversos nichos, como intermediação, micro transações, risco e muitas outras, mas se baseiam sua atuação nas moedas tradicionais, emitidas pelos governos soberanos de cada país.

Não há dúvida que a tecnologia aplicada melhora os serviços, reduz custos e taxas, assim como mitiga os riscos de fraudes e boa parte desse sucesso se deve ao aspecto digital das trocas de recursos entre pessoas, empresas e demais agentes. Diversos mecanismos e sistemas de prevenção têm sido desenvolvidos e aplicados para dar mais segurança às transações. Porém, ainda acontecem furtos e fraudes.

E se houvesse uma moeda para usarmos em nossos negócios e transações financeiras, que fosse à prova de fraudes, atrelada à um mecanismo que pudesse garantir a integridade de todas as operações? Tudo isso existe, desde 2009, quando foi lançada a criptomoeda chamada Bitcoin. O mecanismo utilizado para aquisição e para trocas com essa moeda se chama BlockChain e utiliza um sofisticado algoritmo de criptografia e de ação em rede, que confere grande credibilidade à essa moeda.

No início, seus criadores desenvolveram um modelo de criação de moeda para quem trabalhasse na rede de validação das transações. A valorização da moeda se deu por conta de vários aspectos, como o sigilo das operações, a curiosidade, a independência de governo, por ser uma moeda negociável no mundo todo e pela qualidade dos algoritmos de segurança e de integridade das informações. Pouco a pouco, a rede de validação foi crescendo, assim como o valor da moeda, que hoje é aceita em diversos negócios e transações comerciais pelo mundo e até aqui no Brasil.

Hoje, apenas 12 anos depois, já são mais de uma centena de criptomoedas, e todas elas utilizam mecanismos baseados no BlockChain, semelhantes ao utilizado no BitCoin, o que garante igualmente a elas a integridade das informações e das transações.

Então, prepare-se: em breve você poderá ser surpreendido por seu empregador, quando ele perguntar se pode pagar seu salário em alguma criptomoeda, assim como vai poder fazer compras no e-commerce com essas mesmas moedas. Não acredita? Olhe aí nas suas gavetas. Certamente vai encontrar um canhoto de cheque. Aquilo que usávamos na pré-história de 10 ou 15 anos atrás.

Com graduação em Engenharia, pós-graduações em Marketing e Computação Aplicada à Educação, Mestrado em Educação Matemática e Doutorado em andamento na mesma área, Luis Pacheco tem experiência no mercado financeiro e em empresas digitais, atua como professor no ensino superior, como pesquisador e é autor de conteúdo especializado.