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Inflação oficial teve alta de 4,52% em 2020, sendo a maior desde 2016

em Economia
terça-feira, 12 de janeiro de 2021

A inflação registrou alta de 4,52% em 2020. Segundo o IBGE, é a maior desde 2016, quando ficou em 6,29%. O percentual reflete o IPCA, anunciado ontem (12). Em dezembro, o indicador – divulgado junto com o acumulado do ano – acelerou para 1,35%, que é a variação mais intensa desde fevereiro de 2003, quando tinha sido de 1,57%. É também a maior variação para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%).

Essa alta aponta ainda que o índice do ano ficou acima do centro meta que era de 4,0%, mas, ainda assim, permanece dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (2,5%) ou para cima (5,5%). Em 2019, a inflação tinha ficado em 4,31%. Um dos maiores impactos para os consumidores em 2020 foi a elevação de 14,09% nos preços de alimentos e bebidas.

Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o crescimento foi provocado por fatores como a demanda por esses produtos e a alta do dólar e dos preços das commodities no mercado internacional. O resultado do ano mostrou ainda que os preços do óleo de soja com 103,79% e do arroz com 76,01% dispararam no acumulado de 2020, mas outros itens importantes na cesta das famílias também subiram expressivamente, entre eles, o leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%), carnes (17,97%), batata-inglesa (67,27%) e tomate (52,76%).

A habitação, com 5,25%, também contribuiu para o comportamento da inflação, influenciada pelo aumento da energia elétrica (9,14%). O efeito do dólar sobre os preços dos eletrodomésticos, equipamentos e artigos de TV, som e informática provocou impacto nos artigos de residência, que também pesaram mais. De acordo com o IBGE, em conjunto, alimentação e bebidas, habitação e artigos de residência responderam por quase 84% da inflação de 2020.

Segundo maior peso na composição do indicador, os transportes encerraram 2020 com alta de 1,03%. O vestuário foi o único grupo a apresentar variação negativa
(-1,13%) explicada pelo isolamento social. As pessoas ficaram mais em casa, o que pode ter diminuído a demanda por roupas. Tivemos quedas em roupas femininas (-4,09%) e masculinas (-0,25%) e infantis (-0,13%), calçados e acessórios (-2,14%). A única exceção foram joias e bijuterias (15,48%), por causa da alta do ouro (ABr).