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No Cooperativismo, juntos fazemos a diferença

em Destaques
terça-feira, 13 de outubro de 2020

Você já deve ter ouvido falar em cooperativismo, um conceito de união socioeconômica que tem por base a cooperação entre pessoas para atingir o bem comum e satisfazer as necessidades coletivas. É o mais completo, democrático e igualitário movimento – e filosofia de vida – que visa o desenvolvimento e a transformação da realidade por meio de uma verdadeira corrente do bem na qual juntos fazemos a diferença.

Em poucas palavras: cooperativismo é progresso, conquistado pela cooperação, pela solidariedade e pelo auxílio mútuo. Se pensarmos na história da humanidade, o conceito de cooperativismo é inerente ao ser humano. Desde os tempos mais primitivos, o indivíduo busca na associação com grupos ou no trabalho em conjunto formas mais práticas, menos onerosas e mais produtivas para sobreviver e crescer.

Os exemplos, só para citar alguns, são os mais diversos e vão desde os ancestrais povos nômades que se uniam para caçar e pescar até os trabalhadores rurais que se reuniam para otimizar a colheita, a produção de bens e os lucros. Oficialmente, o cooperativismo nasceu na Inglaterra, mais precisamente na cidade de Rochdale, durante a Revolução Industrial. O ano era 1844 e 27 tecelões e uma tecelã, conhecidos posteriormente como os Pioneiros de Rochdale, se uniram e criaram a primeira cooperativa de consumo do mundo.

Batizada de “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale”, a cooperativa surgia como alternativa econômica de atuação no mercado, frente ao desemprego e aos preços abusivos praticados pelos comerciantes. Só no primeiro ano, com a economia mensal de uma libra de cada associado, o capital da cooperativa atingiu 180 libras e cerca de dez anos depois a instituição já contabilizava mais de mil associados. A cooperativa de Rochdale tornou-se exemplo para o cooperativismo na Inglaterra e a ideia disseminou-se no mundo e em outros grupos de idealizadores e profissionais.

Várias cooperativas de crédito surgiram na Europa a partir de então. Em 1865 nascia o primeiro banco cooperativo urbano, em Milão, na Itália. No mesmo ano, os Estados Unidos promulgavam a primeira Lei Cooperativista do país. De 1885 a 1888, só a Alemanha registrava mais de 1,4 mil associações cadastradas. Em 1900, a província de Quebec, no Canadá, inaugurava a primeira cooperativa de crédito ‘Caixa Popular’ das Américas.

A disseminação foi viral e hoje o cooperativismo é um movimento global com mais de 1,2 bilhão de indivíduos impactados em diversas regiões do planeta. Cento e cinco países possuem ao menos uma cooperativa, uma a cada seis pessoas são cooperadas e mais de 250 milhões de empregos são gerados pelo cooperativismo.

O cooperativismo em nosso País está intrinsicamente ligado à colonização portuguesa e à origem dos nossos povos. Há indícios de processos de cooperação desde os primórdios do Brasil. Os indígenas, por exemplo, já praticavam um modelo econômico organizado e coletivo com base na caça e na agricultura de subsistência. Com a chegada das missões jesuítas, introduziram-se nas aldeias guarani as primeiras bases para a construção de um estado cooperativo mais solidário, cujo modelo se manteria de 1610 até meados de 1760. Existem ainda citações históricas que apontam movimentos cooperativistas entre quilombolas dos séculos 17 ao século 19.

Em 1889 era criada a Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, em Minas Gerais. A data marca o nascimento oficial do cooperativismo no Brasil, consolidando-se como importante propulsor para o advento de cooperativas dos mais diversos ramos de atividade de Norte a Sul do País.


Cooperativismo de Crédito

Em 1902, por iniciativa do padre suíço Theodor Amstadt, grande conhecedor da experiência de cooperativismo alemã nos anos de 1818 a 1888, surgia em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, a Sicredi Pioneira – primeira cooperativa de crédito do Brasil e da América Latina, criada para fomento da qualidade de vida e do desenvolvimento socioeconômico da região.

Fundamentado na honestidade dos cooperados, não importando se dispunham ou não de capital, o modelo Amstadt introduzia a primeira instituição financeira cooperativa na região Sul, atuando principalmente junto a pequenos produtores rurais de vilarejos ou diminutas comunidades agrícolas. Os trabalhadores podiam agora depositar suas economias na cooperativa de crédito que, com as sobras apuradas, criava reservas que davam maior segurança à população diante de incertezas ou momentos de crise.

O Rio Grande do Sul tornava-se assim o grande celeiro do cooperativismo de crédito no Brasil, com uma taxa de desenvolvimento crescente desde sua implantação e com grande capilarização em outros Estados. Só para se ter uma ideia, o Brasil conta atualmente com mais de 30 milhões de famílias associadas a cooperativas – e mais de 80 milhões de brasileiros tem famílias vinculadas a elas. O País comporta mais de 7 mil cooperativas distribuídas em sete ramos de atividade, com geração de quase 400 mil empregos formais.

O cooperativismo de crédito é ainda importante vetor no fomento à economia e até mesmo da transformação digital do setor, com produtos, serviços e tecnologias desenvolvidas especialmente para o associado. Desde sua inauguração em 1902, o Sicredi já superou 4,6 milhões de associados e figura entre as seis maiores instituições financeiras dos brasileiros (incluindo os bancos convencionais).

E a força do cooperativismo cresce. Mais de um século depois, o sonho do padre Amstadt de oferecer à população um sistema de crédito cooperativo igualitário capaz de transformar positivamente a vida das pessoas e de seus negócios, é hoje estilo de vida e modelo propulsor de progresso Brasil afora.

Não à toa, mais de 11 milhões de brasileiros são hoje associados a alguma das 909 cooperativas de crédito do Brasil, engrossando o time dos que acreditam que quem faz junto faz a diferença (AI/Sicredi – www.sicredi.com.br).