O número de pessoas rigorosamente isoladas para contenção da pandemia da covid-19 caiu em 1,6 milhão entre a segunda e a terceira semana de setembro, totalizando 33,8 milhões. Cerca de 5,1 milhões de pessoas interromperam as medidas mais rígidas de isolamento nas três primeiras semanas de setembro. Os dados constam da edição semanal da pesquisa Pnad Covid-19, divulgada pelo IBGE. O grupo das pessoas que reduziu o contato, mas continuou saindo ou recebendo visitas, aumentou em 2,4 milhões na terceira semana de setembro.
Segundo o IBGE, pela primeira vez, desde junho, esse é o maior grupo entre os pesquisados, representando 40,5% da população brasileira. As pessoas que adotaram esse comportamento mais flexível, agora, somam 85,7 milhões. Anteriormente o maior grupo entre a população era formado por pessoas que ficavam em casa e só saíam por necessidade básica, que, na semana de 13 a 19 de setembro representavam 39,9% dos brasileiros. Essa parcela da população é formada por 84,4 milhões de pessoas, ficando estável em relação à semana anterior.
Outro grupo que permaneceu estável foi o formado por aqueles que não adotaram qualquer medida de restrição, somando 6,5 milhões de pessoas, ou 3,1% da população. Para a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, a flexibilização do isolamento social é uma tendência que vem sendo observada desde que o tema passou a ser levantado. “Toda semana tem cada vez menos pessoas que ficam rigorosamente isoladas dentro de casa e elas passam para uma medida um pouco menos restritiva, que é sair para resolver algumas coisas”, disse a pesquisadora, em nota.
Segundo Maria Lucia, a flexibilização também levou parte da população a buscar novamente o mercado de trabalho. “As pessoas estão, semana a semana, voltando a procurar trabalho ou a trabalhar. A pandemia vem deixando de ser a principal causa de as pessoas não buscarem trabalho”, disse. Na terceira semana de setembro, houve queda de cerca de 859 mil na população que não estava ocupada e que apontava como motivos para não procurar emprego a pandemia ou não encontrar vagas na localidade.
Esse contingente passou a ser formado por 15,4 milhões de pessoas. A população ocupada foi estimada em 83,7 milhões, o que é considerado estatisticamente estável na comparação com a semana anterior, quando eram 82,6 milhões de ocupados. O número de desempregados também se manteve estável, totalizando 13,3 milhões. Com isso, a taxa de desemprego foi de 13,7% (ABr).