Paulo Nascimento (*)
Empresas de todas as partes do mundo vivenciam diariamente o que aprendemos a chamar de Revolução Industrial 4.0.
E aprenderam, ou ainda estão aprendendo, a integrar algumas tecnologias emergentes ao contexto do seu negócio. Com isso, termos como Inteligência Artificial, Blockchain, Internet das Coisas (IoT), drones e robôs, ganharam participação no vocabulário corporativo.
Além das mudanças impostas por este mundo conhecido como disruptivo, vivenciamos um cenário sem precedentes de instabilidade, no qual forças econômicas, demográficas e tecnológicas estão moldando um novo equilíbrio de poder, de acordo com o relatório divulgado neste ano pelo Fórum Econômico Mundial, o 15th Global Risk. Não bastando as inconstâncias apontadas, tivemos uma sem precedentes, a pandemia.
Neste cenário geral, líderes empresariais de todos os continentes estão aprendendo a lidar com a complexidade do gerenciamento de riscos. Eles estão sendo provocados por ameaças não identificadas ou não relevantes para sua corporação, que tornam-se reais, colocando à prova a continuidade e a sobrevivência dos seus negócios.
Diante do desafio de manter a integridade das empresas, protegendo as pessoas e os ativos, além de garantir a continuidade da operação, faz-se necessário a adoção de metodologias ágeis e dinâmicas como resposta ao invés de planos complexos e custosos para implementação.
Pensando na praticidade, uma solução é a elaboração de um plano de contingência e controle de ameaças. Para isso, é importante definir os indicadores, constituir ações para eventuais ameaças, atribuir papéis e responsabilidades, além de construir processos simples e eficazes como resposta aos possíveis incidentes.
Vale também lembrar que todo esse planejamento deve ser aderente às diretrizes e valores da instituição, estando alinhado às políticas de governança corporativa. Porém, é preciso cuidar desses pontos sem perder as características de um plano ágil, que permita facilidade de implementação, absorção e execução.
Por isso, a elaboração de um plano de contingência exige o envolvimento de profissionais capacitados em gerenciamento e condução de crises para ajudar as organizações na identificação das ameaças, bem como na construção do contragolpe ao incidente.
Se, de um lado, o curto espaço de tempo parece ser o maior desafio, por outro, o acesso à informação é a saída. Estar atento não somente às mudanças globais, como suas ameaças, ajudam a enxergar e vislumbrar com mais clareza os cenários de riscos se desenhando.
Mas, mesmo com essa habilidade, o que garantirá a continuidade e integridade dos negócios é a postura dos líderes frente à ameaça.
(*) – É consultor de segurança empresarial da ICTS Security, consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense.