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Quantas opções nós temos?

em Artigos
quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Willian Kahler (*)

Provavelmente, você já esteve em uma posição na qual precisou agir e sentiu-se encurralado.

Pessoas bem-sucedidas precisam tomar decisões importantes com frequência. Porém, pode parecer que nem sempre temos um vasto leque de opções para optar por qual caminho seguir. Será isso verdade? Os maiores líderes são aqueles que conseguem criar alternativas não óbvias para sair de uma posição de conflito, dificuldade ou emergência. A pergunta é: como de fato eles fazem isso?

Podemos basear-nos em grandes empresários, aqueles que construíram corporações gigantes do nada e que contam em suas histórias diversos episódios delicados, nos quais usaram as dificuldades como pontos de inflexão para dar um “salto” nos seus negócios e atingir outro patamar. Posso citar Flávio Augusto, Eloi D’avilla, Ricardo Belino, Guilherme Benchimol…. a lista é vasta!

Gosto de entender a linha de raciocínio de pessoas bem-sucedidas, para interpretar o seu ponto de vista frente a situações nas quais temos poucas opções ou, ao menos, pensamos ter alternativas escassas. Observando um pouco mais a fundo, vejo que esses indivíduos, principalmente os que citei acima, sempre iniciam sua linha de raciocínio a partir de um propósito.
Uma vez que você saiba aonde quer chegar e por que quer isso, suas decisões tornam-se muito mais simples. Isso faz com que os demais comprem o seu ponto de vista, independentemente de qualquer outro fator.
O próximo aspecto que julgo importante é o espírito empreendedor. É preciso pensar fora da caixa, criar formas de nos reinventar e não sermos reféns dos mesmos modelos existentes, mesmo que nossas ideias não sejam tão triviais.

Assim, criamos novos caminhos frente a situações delicadas, desenvolvendo mais alternativas para solucionar problemas. Não se pode ter medo de errar. Outra característica de líderes de sucesso é agir, mesmo sabendo que nem sempre suas ações terão o desfecho esperado. Recentemente, escutei uma frase muito interessante: “Às vezes, fazer errado é o certo”.

A verdade é que quem não quer jamais errar será eternamente frustrado. Como seres humanos, é preciso aceitar que a falha é parte de nossas vidas. O importante é errar de modo curto e ter a humildade de reconhecer isso, mudando o curso do navio. Trocar de ideia não é sinal de fraqueza. Se não nos permitirmos equívocos, faremos sempre parte do grupo dos pessimistas. E estes geralmente acertam muito mais, mas são os otimistas que mudam o mundo.

Por fim, classifico como característica mais importante a autoconfiança, que é a chave de tudo. Decisões, iniciativas ou posicionamentos serão bem-sucedidos dependendo da base na qual forem construídos. E quando são adotados sem confiança, é como construir uma casa sobre um atoleiro. Se você mesmo duvida das suas atitudes, os demais não “compram” os seus projetos.

Dessa forma, o sentenciam ao fracasso. Entretanto, uma vez que você reconheça suas virtudes e, principalmente, sem arrogância, aja sabendo do seu potencial, conseguirá um grande engajamento dos envolvidos e será mais criativo para desenvolver novas opções frente a difíceis tomadas de decisões. Em momentos de incertezas como este da pandemia pelo qual estamos passando, tenho conversado com diversos clientes, parceiros, amigos e fornecedores.

Vários deles têm me relatado estarem vindo de meses recordes em seus negócios. Esses são indivíduos que, enquanto a maioria pensava estar frente a uma bifurcação na qual ambos os caminhos pareciam nebulosos, desenvolveram novas formas de pensar e conseguiram encontrar trajetos inovadores. Dessa forma, tiraram proveito das novas condições às quais fomos submetidos este ano.

Caso você ainda esteja esperando as coisas “retornarem” ou pensando no que será o famoso “novo normal”, que tal focar no presente e refletir em como vai mudar sua vida agora. Pergunte-se: Quais novas opções eu tenho hoje?

(*) – É sócio-diretor da Messem Investimentos.