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5 motivos pelos quais a receita digital deve permanecer após a pandemia

em Opinião
sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Rafael Moraes (*)

Prescrever medicamentos digitalmente não é uma novidade, desde a década de 1990, a tecnologia vem sendo usada em diversos países da Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, a primeira solução de prescrição digital inteligente surgiu em 2012.   Porém, é fato que até há pouco tempo muitas pessoas ainda não sabiam exatamente o que era uma receita digital. E talvez até o momento ainda exista quem pense ser uma foto da receita tradicional manuscrita, ou ainda a receita redigida pelo médico em um editor de texto e depois impressa.

Mas, mesmo entre aqueles que já sabiam o que era a prescrição digital, muitos ainda não tinham conhecimento de todos os seus benefícios e do seu real valor. E, indo além, diversos médicos, pacientes e varejistas de medicamentos tinham certo receio de sair da zona de conforto, avaliando a prescrição digital como um fator complicador. A pergunta clássica sempre foi “por que mudar algo que já funciona há tanto tempo?” Até surgir a pandemia, o isolamento social, e aí, como todos já sabemos, a telemedicina e a receita digital tornaram-se artigos de primeira necessidade e ganharam notoriedade.

A receita digital tornou-se essencial para garantir o acesso da população aos medicamentos, viabilizou uma das etapas mais importantes do tratamento e, ainda, ajudou a proporcionar segurança ao paciente garantindo o entendimento exato do produto prescrito na receita.

A verdade é que, sem dúvida nenhuma, ela veio para ficar. Mas, por quê?

Simples. Seus benefícios são inúmeros e o médico pode prescrever eletronicamente tanto em consultas no modelo tradicional –  aquela em que o paciente vai até o consultório – como à distância. Mesmo antes da pandemia, a prescrição de alguns medicamentos já havia sido regulamentada digitalmente. Mas e quando a pandemia passar, a prescrição digital ainda será necessária?

Elenquei abaixo os cinco principais motivos que esclarecem por que a receita digital é um recurso irreversível e que permanecerá após a pandemia:

  1. Evita incompreensões

A famosa “letra de médico” e a ilegibilidade das receitas manuscritas sempre foi uma preocupação para pacientes e farmacêuticos.

A receita digital garante a compreensão de 100% do que foi prescrito, diminuindo as chances de eventos adversos ou de erros médicos associados à medicação. Ou seja, traz segurança para o farmacêutico que sabe exatamente o que deve dispensar. Além de evitar que o paciente cometa algum equívoco na administração do medicamento porque não entendeu a orientação escrita.

  1. Diminui os riscos de fraudes

Ter acesso a receitas e atestados médicos falsos não é nada complicado, em especial nos grandes centros urbanos. Isso porque, clonar dados pessoais de médicos para utilizar o nome, o número do Conselho Regional de Medicina (CRM) e criar um carimbo falso são práticas recorrentes em prescrições de receitas médicas escritas à mão, uma vez que estas não oferecem nenhuma camada de segurança realmente eficiente (o carimbo, a rubrica do médico e até mesmo o layout do receituário podem ser facilmente copiados).

A receita digital não abre espaço para isso acontecer, pois só tem validade com a assinatura eletrônica no padrão ICP-Brasil e com um QR Code. Ela segue todos os padrões e orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Federal de Farmácia (CFF).

  1. É mais segura

A receita digital tem por detrás de seu desenvolvimento aspectos que visam garantir tanto a segurança do paciente, do ponto de vista de sua saúde, como da privacidade de dados.  Falando especificamente da segurança digital, políticas de segurança ajudam a garantir a privacidade e resguardar as informações que são trafegadas na plataforma de prescrição médica digital. Além disso, é uma forma do médico contar com recursos extras para apoio, como uma base de dados de medicamentos e exames, que aliada às ferramentas de apoio à decisão clínica, auxilia os médicos a tomarem suas condutas. É possível saber quando um medicamento interage com outro, por exemplo, ou até quando o paciente tem alergia a algum princípio ativo do medicamento receitado – tudo em tempo real.

  1. Traz comodidade e agilidade no atendimento

Chegar ao balcão da farmácia e perceber que esquecemos a receita em casa (ou até mesmo perdemos este documento) é algo muito comum.

Com a receita digital sendo enviada por SMS ou e-mail, ela estará sempre disponível e acessível para o usuário. No balcão, basta apresentar o documento, que contém um QR Code – que serve como um certificado de autenticidade, e o farmacêutico, em poucos minutos, pode dispensar o medicamento ao cliente.   

  1. Médicos e farmácias estão usando cada vez mais

O uso da receita digital só cresce, não só por existirem plataformas seguras e gratuitas para médicos, pacientes e farmacêuticos, mas também por seus benefícios. Mais de 130 mil médicos de diversas especialidades e regiões do país usam a solução na sua rotina de atendimentos. As farmácias também já se adaptaram para receber a receita digital e dispensar os medicamentos usando o novo formato do documento. Mais de 30 mil drogarias já aderiram e isso não é uma exclusividade das grandes redes, abrange também as chamadas redes independentes. E a tendência é que, cada vez mais, esse número cresça.

(*) É CMIO da Memed, healthtech pioneira e líder em prescrição médica digital, assinada com o certificado ICP-BR, usada por mais de 130 mil médicos no Brasil.