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Interação social nos escritórios faz falta na rotina dos funcionários, aponta estudo

em Destaques
terça-feira, 04 de agosto de 2020

A pandemia mudou drasticamente a rotina dos escritórios e levou grande parte dos funcionários para o home office. Assim, o futuro dos espaços corporativos entrou em análise, em especial para ocupantes de grandes lajes. Acompanhando essa tendência, a JLL realizou um estudo global junto a seus clientes para entender sobre o futuro da demanda por escritórios. Segundo a pesquisa, os escritórios não vão acabar, mas devem passar por mudanças de função e propósito.

O estudo mostra que, sob a ótica dos colaboradores, o escritório fornece um local de interação que a tecnologia não é capaz de replicar, como a conexão pessoal, colaboração e gerenciamento de talentos. Mesmo com o sucesso da experiência de trabalhar em home office, a maioria dos funcionários declara que gostaria de estar fisicamente nos escritórios a maior parte da semana.

O espaço do escritório ainda tem um papel fundamental a desempenhar na facilitação de atividades presenciais essenciais que não são fáceis de serem replicadas online. Integração de novos funcionários, treinamento e orientação são primordiais para a progressão na carreira e manutenção de uma força de trabalho produtiva. Além disso, o escritório oferece um espaço para as pessoas se reunirem, colaborarem, inovarem e se engajarem com o crescimento dos negócios.

Para alguns, o escritório é um local de concentração, permitindo uma distinção mais clara entre a vida doméstica e os afazeres corporativos.
A especialista em workplace da JLL, Roberta Hodara, avalia que os gestores e suas equipes devem ser responsáveis pela divisão de tempo em home office e no escritório de cada time. “O RH tem agora um papel muito ativo em estruturar a política de home office para que os líderes consigam definir junto aos seus colaboradores quem precisa estar presencialmente no escritório, quando e porquê”, explica.

Do ponto de vista das empresas, os escritórios oferecem espaço físico que facilita a coordenação de atividades e o aumento da criatividade. Também desempenham papel fundamental na transmissão a cultura organizacional e atraem e retém talentos. O estudo aponta que a tendência é que os espaços continuem evoluindo, da mesma forma que as baias famosas nos anos 1990 foram abandonadas e, até a pandemia, vivíamos o momento do compartilhamento de mesas e espaços.

Os quatro fatores principais apontados pelo levantamento da JLL que terão impacto a curto prazo da demanda por escritórios são:

  1. Home Office – a adoção abrupta do trabalho remoto evidenciou alguns dos benefícios do home office, como o horário flexível e não ser preciso deslocar-se. Contudo, para muitas pessoas, o espaço destinado ao trabalho em casa mostrou-se inadequado – pequeno, sem estrutura ou repleto de distrações. Além disso, perdeu-se a interação social proporcionada pelo escritório.

A longo prazo, ainda não está claro como será a produtividade fora do espaço do escritório. A flexibilidade será a chave para a satisfação do funcionário, mantendo equilíbrio entre o trabalho no escritório e a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar.

  1. Design do Escritório – a mudança mais evidente no layout dos escritórios diz respeito à densidade do espaço. Se antes a tendência antes era ascendente, agora o distanciamento social será a regra. Caso uma vacina ou remédio sejam descobertos, é possível que o adensamento volte a crescer, contudo, saúde e bem-estar permanecerão entre as principais preocupações dos ocupantes.
  2. Tecnologia – A curto prazo, a adoção de novas tecnologias já está facilitando a adoção do trabalho remoto, bem como o retorno à garantia de bem-estar e saúde dos funcionários na volta aos escritórios. A longo prazo, acredita-se que os ocupantes demandarão cada vez mais edifícios inteligentes, refletindo também a preocupação das companhias com o meio ambiente e a sustentabilidade. Assim é provável que a demanda por ativos de qualidade inferior caia no futuro.
  3. Padrões de Deslocamento – A ausência de deslocamento é citada como a maior vantagem do home office é um dos temas que causam maior preocupação quanto ao retorno aos escritórios – especialmente em cidades grandes que dependem do transporte público. Ao longo do tempo, a localização centralizada dos escritórios ainda deve ser priorizada, facilitando o acesso dos colaboradores. Assim, oferecimento de serviços de transporte, deve continuar influenciando preço e a demanda.

Segundo a pesquisa, os escritórios podem mudar suas configurações para atender a novos propósitos, mas continuarão sendo um espaço de conexão interpessoal importante tanto para as empresas quanto para os funcionários. Para Roberta, mesmo que as regras de distanciamento social sejam afrouxadas no futuro e o adensamento possa voltar a crescer, o escritório ainda deve permanecer como um espaço de socialização.

“As atividades que podem ser realizadas individualmente continuarão a ser resolvidas no tempo de home office, enquanto o escritório vai privilegiar as interações e o trabalho de equipe”, revela. Fonte e mais informações: (www.jll.com.br).