As últimas informações disponibilizadas pelo Banco Central revelam que o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), voltado para empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões, tem mostrado números crescentes após a frustração inicial com o represamento do crédito na rede bancária. Estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que a irrigação de recursos para as empresas deve-se a fatores como a mobilização da sociedade, sobretudo Legislativo e entidades empresariais.
Em 13 de maio, os dados do PESE espelhavam o represamento do crédito. Do volume total de R$ 40 bilhões, apenas R$ 1,44 bilhão (3,6%) havia sido liberado. Naquela data, cerca de 61.678 empresas foram diretamente beneficiadas e pouco mais de um milhão de empregados tiveram seus salários financiados por essa linha. Desde então, observa-se que o quadro mudou. Comparando os últimos registros disponíveis com os de 13 de maio, as taxas incrementais apresentaram-se elevadas nos três eixos de comparação.
Os valores financiados atingiram R$ 4,1 bilhões, representando 10,3% do volume total aportado pelos bancos e o governo federal e acréscimo de 184,7% em relação à data selecionada de maio. Da mesma forma, o número de empregados já chegou a 1,83 milhão (+82,8%) e o das empresas financiadas a 107.461 (+74,2%).
“A evolução é sinal de que a demanda por recursos em condições favoráveis para financiamento da folha de pessoal pode constituir-se numa ferramenta interessante para alavancar o caixa”, avalia o economista da CNC Antonio Everton Junior. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca a importância da mobilização da sociedade, especialmente do Legislativo, para que o crédito chegue até as empresas, superando as dificuldades iniciais (Gecom/CNC).