Os últimos meses tem sido de muitas transformações, principalmente no que diz respeito a forma como consumimos. Enquanto lojas físicas enfrentam fortes impactos, o mercado online é impulsionado pelo “Fique em Casa”, resultado de medidas protetivas tomadas pelos governantes de todo o mundo. Os e-commerces ganharam ainda mais força e tornaram-se a melhor alternativa para quem busca continuar realizando suas compras, mas sem sair de casa.
Muitos setores precisaram adaptar seus negócios nesse momento. É o caso das empresas de turismo que estão vendendo pacotes de viagens para 2021. Os restaurantes também tiveram que fechar suas portas e realizar o atendimento totalmente via delivery. Quem não se adaptou, e não está repensando seus negócios, terá dificuldades em superar este momento e os desafios que vieram com a pandemia.
Um estudo da consultoria internacional Kantar, realizado na China, em fevereiro, constatou que, durante este período, a forma e as prioridades de consumo da população local sofreram drásticas mudanças. Pela impossibilidade de sair de casa, as indústrias de entretenimento e turismo são as que mais sofrem: 75% dos chineses disseram ter cancelado compras destas categorias e 17% reduziram os valores desde o início da crise.
Em contrapartida, os gastos com alimentos e bebidas cresceram em 40% dos lares, produtos de limpeza em 48% e seguro saúde em 38%, especialmente na província de Hubei, epicentro do coronavírus. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) mostra que o Brasil também está sofrendo fortes impactos. Estima-se que o comércio virtual já ganhou ao menos 4 milhões de novos clientes, durante os últimos meses. Mas você sabe quais são as prioridades de consumo dessas pessoas?
Segundo dados coletados com alguns dos principais clientes da Compasso UOL- uma das principais empresas de serviços tecnológicos do país -, quando analisamos o mercado de varejo, o número de usuários teve crescimento médio de 29% se comparado ao mesmo período do ano anterior. A receita média também teve acréscimo de 21%, mesmo considerando um número de pageviews 11% menor.
“Isso mostra que o consumidor já entra no e-commerce decidido sobre o produto que irá comprar. Antes ele visitava várias páginas até escolher o que queria e, consequentemente, acabava consumindo outros produtos que não eram tão necessários no momento. Agora ele está extremamente seletivo e comprando apenas o essencial”, conta Alisson Aguiar, Diretor de negócios e-commerce da Compasso.
Os setores de alimentos e de varejo farmacêutico também estão entre os que tiveram resultados positivos. Nos casos avaliados nestes setores, o número de usuários teve um crescimento médio de 95% se comparado ao ano passado. A receita também deu um salto, foram 158% de crescimento médio. Segundo Alexis Rockenbach, COO da Empresa, isso acontece por se tratar de uma necessidade básica.
“Em um primeiro momento, podemos dizer que esse aumento ocorreu devido ao grande número de pessoas que viram a necessidade em estocar alimentos com receio de haver desabastecimento no mercado. E depois por estarem mais tempo dentro de casa, assim, consumindo mais”. Outro dado relevante a ser citado é o número de sessões – cada sessão equivale a um conjunto de interações do usuário em um site, que ocorre dentro de determinado período – e, nestes setores, esse dado teve aumento de 129% – assim, percebemos que o cliente entrou mais de uma vez para procurar e comprar os produtos desejados.
Apesar do constante destaque para os varejistas online neste momento de pandemia, diferente do que se imagina, não são todos os setores que estão tendo bons resultados. Exemplo disso é a área de manufatura. A queda de 22% no número de usuários refletiu diretamente na receita dessas empresas, que tiveram retração de 55% em sua receita, segundo a amostragem da Compasso UOL. Um dos exemplos de produtos manufaturados são itens de vestuários. Como não são produtos considerados essenciais, muitos consumidores os tem deixado em segundo plano, e isso explica a queda de receita nesse setor.
Analisando esses dados, percebemos que a forma de consumir mudará para sempre. Entender que mundo novo é esse é importante para nos prepararmos para o que vem por aí. Porque uma coisa é certa: o mundo não será como antes. “O comprar online não será mais ligado apenas a praticidade de receber o produto em casa, mas também à proteção à saúde, à agilidade, variedade e à otimização do tempo, que poderá ser aproveitado para curtir a família ou ler um livro, enquanto sua compra vai até você”, conclui Alexis.
Fonte e mais informações: (www.compasso.com.br).