A crise em que o mundo vive, por conta da pandemia, provocou inúmeras incertezas, como os impactos causados nas empresas e também nas pessoas, nos aspectos psicológicos, na retração dos negócios ou na alteração do fluxo de operações de atividades até então rotineiras. Do mesmo modo, o período pelo qual a crise deve se estender segue o mesmo caminho de dúvidas.
“Ao observarmos crises já enfrentadas, é possível concluir que elas têm começo, meio e fim. Assim, planejar desde já o que fazer para o momento da retomada das operações será crucial para reduzir riscos, minimizar custos e maximizar o alcance dos resultados esperados”, afirma Éder Mutinelli, sócio-líder de consultoria da Mazars. O executivo apresenta algumas dicas que podem contribuir para a elaboração de um planejamento estruturado:
. Atenção para as orientações das autoridades sanitárias: será importante considerar as informações desses órgãos para preservar o bem-estar dos colaboradores. Ações precipitadas podem comprometer a estrutura operacional da empresa, além de afetar a imagem da organização por eventuais acusações de negligência.
Assim, preservar grupos de risco, estabelecer ações de higiene, recomendar o uso de máscaras e evitar aglomerações desnecessárias são medidas que podem contribuir para afastar os problemas. Também considere ajustar horários de entrada, saída, almoço e de reuniões. Vale lembrar que as ações podem ser adaptadas às circunstâncias.
. Identifique se há aspectos positivos nas atividades em isolamento: analise cuidadosamente as rotinas anteriores ao isolamento e aquelas implantadas durante a quarentena, buscando identificar aspectos positivos e negativos dos dois períodos. Isso poderá trazer lições importantes e apoiar as decisões ligadas à retomada dos negócios. Um aspecto quase unânime é que muitos aprenderam a trabalhar em regime de home-office.
Assim, analisar a sua manutenção, mesmo que em determinados postos, pode gerar ganhos significativos, como redução de custos de aluguel, energia elétrica, manutenção, segurança, estacionamentos, entre outros. Mais uma vez, o planejamento das ações com antecedência se mostra necessário.
. Reveja a estrutura dos negócios: o planejamento deverá revisitar a estratégia da empresa e o modus operandi em que os negócios se encontram estruturados. Nesse sentido, também há boas lições em função das ações efetuadas pelas empresas, buscando adaptá-las ao momento atual, como o movimento acelerado de estruturação das vendas do varejo via e-commerce. Esse poderá sem um movimento sem volta, ou seja, empresas fecharam lojas físicas forçadamente, mas provavelmente, não irão reabri-las – ao menos não no modelo anterior.
. Reavaliar pode trazer ganhos importantes. Aos colaboradores, provavelmente também haverá benefícios, pois poderão reduzir o tempo e os custos de deslocamento. Esse tempo economizado poderá ser investido em atividades extras que, com o ritmo pré-pandemia, seriam mais difíceis, como lazer, tempo em família e cursos de especialização.
. Amplie as ferramentas de previsões orçamentárias: contar com ferramentas que propiciem o desenho de diferentes cenários sobre o desempenho e acompanhamento das previsões dos negócios será fundamental para determinar as diretrizes e ações a serem tomadas. É provável que a crise traga efeitos relevantes em termos de prejuízos e redução do volume dos negócios. Seus impactos devem ser percebidos por um longo período, de forma de que a retomada dos padrões de sustentabilidade e crescimento seja gradativa e volátil.
. Inovação como premissa do negócio: estar atento a oportunidades em novos cenários econômicos, necessidades de clientes e não-clientes pode ser determinante para identificar novos meios de construir ou estruturar produtos para o atendimento de uma nova demanda. A inovação nem sempre está associada a grandes mudanças ou a criação de algo inexistente, já que também pode significar a redefinição do formato atual para obtenção de maior eficácia.
. Aperte o cinto: foque em atividades prioritárias, concentrando em investimentos e custos no essencial. Esforce-se para eliminar ao máximo as despesas não atreladas à sua receita. Renegocie novamente com parceiros, fornecedores e funcionários. Realinhe e renegocie linhas de financiamento de OPEX e CAPEX, com foco no longo prazo.
Essas são algumas das ações e premissas que deverão nortear o foco da gestão financeira das empresas. O equilíbrio dessas ações e a união ao plano estratégico poderão determinar o sucesso e a sustentabilidade do negócio. Fonte e mais informações: (brhttps://por.mazars.com).