Bruna Allemann (*)
As incertezas a curto, médio e longo prazos sobre o futuro da economia e política no Brasil, têm gerado uma grande reflexão.
Uma das “novas” apostas é o investimento em dólar. O problema é que muitos dos investidores fazem essa movimentação de carteira quando não deveria, enxergando apenas os ganhos: ou seja, ao invés de ter pensado na valorização do dólar quando ainda estava R$ 3,00, resolvem alocar grande parte dos recursos com a moeda valendo R$ 5,60.
Sabe aquela regra básica do investimento em renda variável? Não compre quando todo mundo está comprando e não venda quando todo mundo está vendendo. Isso vale também para a moeda norte americana. É muito importante ter o dólar como parte da diversificação dos seus investimentos, e nesse ponto serei até mais agressiva, importante ter como uma reserva de emergência (de valor) mirando o longo prazo.
Alguns podem nem saber desta informação, mas sim, existem planos de previdência privada internacionais e você pode complementar ao que possui atualmente. Afinal, pensando na perspectiva de longo prazo, o dólar é a moeda de reserva mundial portanto mais chance de ser uma moeda mais forte (cá estamos com o real super desvalorizado em tempos de crise).
A ideia de ter uma reserva em dólar a longo prazo serve como estratégia de alocação de investimentos e não deve ser usada para especulação (curto prazo ou para leigos nada recomendada). O fato de ter um compromisso anual ou semestral de pagamento, não pode deixar você preocupado com o valor nominal da moeda no momento da conversão.
É interessante ter em mente que, ao longo das aplicação, serão várias as cotações, e por aí no fim do plano você terá investido com um dólar médio (as vezes pagando mais caro e muitas outras mais barato, podendo até adiantar algumas prestações para aproveitar a “Black Friday” da cotação do momento. Vamos frisar: fato de se pensar neste modelo de previdência é como reserva de valor, independente da cotação Dólar/Real.
Não é necessário ser cidadão americano e muito menos residente, basta ter uma conta em uma corretora ou trabalhar com as grandes empresas de investimentos offshore para essa aplicação. Esta última opção, offshore, tem atraído muitos clientes de alta renda pensando não só em reserva de valor, mas como proteção do patrimônio para seus entes.
Pensando a longo prazo em seus filhos, eles aderem cada vez mais em planos de 10 a 15 anos para custear os valores altos das anualidades das universidades estrangeiras, não ficando desprotegidos de surpresas em relação a conversão da moeda e muito menos com o fato de problemas econômicos e políticos afetarem seus negócios e contas no Brasil.
Mas qual o retorno disso, não consigo mensurar os benefícios!? Se você está pensando em enriquecer desta forma, melhor nem terminar de ler este artigo. O intuito é o mesmo da previdência nacional, com a ressalva de ter um investimento em uma moeda forte mundialmente e uma segurança a longo prazo (diferente da “emergência” que poupamos para ter a renda constituída de seis meses, é uma reserva de garantia para seu futuro e da sua família – próximos 10, 15 anos).
Mas posso adiantar que existem diversas formas de retorno, algumas vinculadas à índices como o SP500 e outras com os famosos Bonds. Aí cabe ao investidor analisar os riscos e oportunidades de rendimentos do produto que poderão te oferecer. A realidade e o desespero transformaram a cabeça dos novos e antigos investidores. Desde o cliente de varejo, até o de alta renda. Um momento de reflexão do que somos hoje, o que conquistamos e o que vamos deixar para o futuro!
E com seu dinheiro não poderia ser diferente. Cada vez mais a ideia dos investimentos em moeda estrangeira tem se intensificado, mas pouco sabemos sobre as inúmeras possibilidades. Seguro de vida, seguro saúde, previdência, poupança internacional, mercado de ações americana sem intermediação entre outros. Como nossa vó dizia: não coloque todos os ovos na mesma cesta, diversifique!
(*) – É economista e atuou dez anos no mercado de crédito e investimentos, auxiliando os médios e grandes empresários dos setores de agronegócio e comércio exterior – @bruallemann.